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Opinião|Modo avião

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convidado
Por Fernando Goldsztein*

É incrível, mas estamos nos aproximando de mais um final de ano. Quanto mais velhos, ou melhor, mais experientes nos tornamos, o tempo parece passar mais depressa. As decorações de natal já invadiram os shoppings, as aulas da criançada já estão prestes a terminar e a conversa do cafezinho nas empresas é sobre o recesso que se aproxima.

Fernando Goldsztein Foto: Marcos Nagelstein/Estadão

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Recentemente li um artigo no Wall Street Journal de autoria da jornalista Joanne Lipman cujo título é instigante e apropriado para a temporada de verão: “O segredo de progredir no trabalho depende da qualidade e quantidade das suas férias”. Segundo Lipman, muitas pessoas, especialmente profissionais liberais ou empregados que queiram ganhar um extra ou agradar seus superiores, abrem mão de parte ou da integralidade das suas férias.

Lipman traz à tona uma série de publicações que atestam a importância do descanso prolongado para o nosso desenvolvimento e realização profissional. Segundo ela, “uma das melhores coisas que você pode fazer para seu trabalho é usar as férias para se afastar dele”. E complementa citando estudos recentes que demonstram uma performance reduzida no trabalho quando se abre mão das férias. “Trabalho em excesso sujeita as pessoas a alteração de humor, decisões impulsivas e dificuldade de concentração. A pessoa fica com o pavio mais curto e tem maior dificuldade de empatizar com os outros. São mais propensas ao negativismo – e o negativismo é contagioso”, diz Lipman.

Importante deixar claro que a qualidade das férias não tem necessariamente relação com roteiros paradisíacos ou hotéis caros. Evidente que a “troca de ares” sempre é boa. Mas, não precisa ser necessariamente o ar do Caribe. Pode ser o ar da praia mais próxima, da serra, do clube ou até mesmo do parque. Férias, mais do que tudo, tem a ver com fazer o que se gosta, descansar e, principalmente, desconectar. Nada adianta sair de férias e ficar conectado através das tecnologias ou mesmo em pensamento. É preciso conseguir “desligar”.

Os especialistas dizem que as férias são (ou deveriam ser) um momento de incubação. Um momento onde você deve ignorar conscientemente os problemas para permitir que, mais tarde, o seu inconsciente o recompense com uma nova visão ou solução. É uma folga para os nossos cérebros das infindáveis demandas cognitivas do trabalho. É um espaço para a nossa criatividade emergir. Isso ainda sem falar da importância de ser o tempo para estarmos presentes (de corpo e alma) junto à família e os amigos.

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Por tudo isso, vá separando o guarda-sol; as bicicletas e as raquetes de frescobol. Prepare-se para aproveitar bem as merecidas férias que estão chegando. E, mais do que tudo, prepare-se para entrar em modo avião!

*Fernando Goldsztein, fundador do The Medulloblastoma Initiative. Conselheiro da Childrens National Hospital Foundation

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