A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que não enxerga neste momento o risco de anulação de decisões da Operação Lava Jato se o Supremo Tribunal Federal decidir que casos de corrupção e lavagem de dinheiro, quando relacionados a caixa 2, devem ser processados na justiça eleitoral.
"Eu não vejo esse risco nesse momento. mas é preciso avaliar tudo isso com muito cuidado e manter o foco. Não perderemos o foco contra a corrupção e contra a impunidade no país", afirmou Raquel Dodge, nesta quinta-feira, 13, instantes antes da retomada do julgamento que discute o destino de processos de corrupção e caixa 2.
O comentário de Dodge vem um tom abaixo do discurso de membros da Força-Tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, que tem apontado uma derrota no julgamento como algo catastrófico. Dodge disse que, qualquer que seja a decisão tomada, irá respeitar e afirmou que irá trabalhar para impedir riscos à Lava Jato.
"Eu espero que a decisão de hoje seja nesta linha que defendi. Se não for, a minha instituição e eu também respeitarei essa decisão, mas é preciso é preciso também reorganizar as forças instituições com os instrumentos jurídicos que temos para continuar enfrentando o crime organizado, corrupção e lavagem de dinheiro. Esta é uma prioridade permanente da nossa instituição, e qualquer que seja o resultado continuaremos firmes nesse propósito", disse Dodge.
Ao afirmar que, se houver riscos, deve-se trabalhar para que ele seja superados, a procuradora-geral Perguntada disse que "se necessário, iremos ao parlamento pedir algum instrumento jurídico", sem detalhar. "O importante é que a gente siga firme nesse propósito contra a corrupção, lavagem de dinheiro, e crime organizado", disse.
CRISE. Raquel Dodge foi criticada pela Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), após apresentar uma ação contra o acordo assinado entre a Força Tarefa da Lava Jato no Paraná e a Petrobrás. Sobre a crítica, ela se defendeu.
"Eu recebo com muita tranquilidade, porque exerci minha atribuição nos limites dela, apresentando à Corte as razões que acredito que tornam essa ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) precedente. Vamos aguardar o pronunciamento da Corte", disse.
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