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Opinião | O câncer de mama não é mais uma sentença de morte

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convidado
Por Zenaide Maia*

O câncer de mama não é mais sentença de morte, e o diagnóstico precoce é a melhor chance de cura. Mulheres: procurem o posto de saúde mais próximo da sua casa e façam o autoexame. É seguro, é gratuito e salva vidas! Digo isso como mulher, mãe, filha, parlamentar e médica. À frente da Procuradoria Especial da Mulher no Senado Federal, somo esforços legislativos para a conscientização da população feminina brasileira nesta campanha do Outubro Rosa para prevenir o câncer de mama.

Zenaide Maia Foto: Pedro França/Agência Senado

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O câncer de mama é a que mais acomete a população feminina em todo o mundo. O Brasil não foge à regra: a neoplasia de mama é a primeira causa de morte por câncer entre as brasileiras. Conforme estimativas do Instituto Nacional de Câncer (o Inca), em 2023, serão mais de 73 mil casos. Apesar de o Brasil possuir uma das maiores políticas públicas de enfrentamento do câncer de mama no mundo, os números ainda são muito elevados.

A neoplasia de mama é um tipo de câncer com alta chance de cura, quando o diagnóstico ocorre em fase inicial. Por isso, a melhor forma de reduzir a ocorrência da doença, a melhor forma de diminuir o número de óbitos é a conscientização sobre medidas preventivas.

O Sistema Único de Saúde (SUS), que na pandemia de Covid-19 confirmou sua importância para a população brasileira, tem um papel fundamental no enfrentamento do câncer de mama. Há um esforço permanente para que todas as mulheres tenham acesso às medidas de rastreamento e, quando diagnosticadas, ao tratamento adequado. Mas sabemos que ainda existe uma demanda reprimida por mamografias e procedimentos terapêuticos.

Infelizmente, hoje, o SUS não dá conta de fazer todo esse trabalho preventivo. Mas a saúde constitui um direito social garantido pela nossa Carta Magna. Então, para efetivar esse direito, precisamos investir no SUS. Defender o SUS é defender o direito à saúde. Defender o SUS é defender o direito à vida para uma grande parcela das mulheres brasileiras, aquelas que dependem do atendimento público e gratuito.

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É importante lembrar que, no ano passado, debatemos em profundidade o tema no Senado. Aprovamos a Lei nº 14.450, de 2022, que cria o Programa Nacional de Navegação de Pacientes para Pessoas com Neoplasia Maligna de Mama. O programa tem o objetivo de promover o acompanhamento dos casos de suspeita ou de confirmação de câncer de mama. Para isso, prevê a abordagem individual das pacientes para prestar orientações, agilizando o diagnóstico e o tratamento da doença. Trata-se de medida fundamental para a redução da desigualdade no acesso das mulheres brasileiras à saúde.

As pesquisas demonstram que o diagnóstico precoce leva a uma diminuição drástica nas taxas de mortalidade. Além disso, tratando a doença em seus primeiros estágios, as intervenções são menos invasivas, causando menos dor e sofrimento às pacientes. As chances de cura, nesses casos, são próximas de 90%.

Por isso, precisamos falar sobre o assunto. Precisamos dar mais visibilidade ao tema. Vamos iluminar os monumentos, compartilhar informações pelas redes sociais, promover palestras informativas e fortalecer — de todas as formas e por todos os meios possíveis — a campanha do Outubro Rosa.

Desde a década de 1990, em todo o mundo, dedica-se o mês de outubro à campanha pela conscientização para a detecção precoce do câncer de mama. O laço cor-de-rosa foi distribuído pela primeira vez em uma corrida promovida em Nova York e se tornou o símbolo mundial da campanha. No Senado Federal, a Procuradoria Especial da Mulher realiza, todo ano, uma série de iniciativas para celebrar e conscientizar a sociedade sobre neoplasias malignas que afetam principalmente as mulheres.

Por tudo isso, a campanha do Outubro Rosa é essencial para a divulgação de informações sobre o câncer de mama, incentivando a realização de exames para o rastreamento e detecção da doença nos estágios iniciais. Deixo, por fim, um lembrete e um apelo às mulheres brasileiras: façam o autoexame, sigam as orientações médicas e defendam o nosso SUS!

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*Zenaide Maia, senadora (PSD-RN), médica e procuradora especial da mulher do Senado Federal

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