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Seis policiais militares e um civil são presos em operação contra milícia no Brás

Operação Aurora investiga grupo suspeito de extorquir comerciantes informais, muitos deles imigrantes, no Centro de São Paulo; Estadão busca defesas

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Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Fausto Macedo
Atualização:

Seis policiais militares e um policial civil foram presos nesta segunda-feira, 16, em uma ação conjunta do Ministério Público de São Paulo e das corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil, a Operação Aurora. Os agentes são suspeitos de envolvimento em um esquema de extorsão a comerciantes na região do Brás, no Centro de São Paulo.

O Estadão busca contato com as defesas.

A investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público, apontou que os policiais agiam como uma milícia, dividindo o território e exigindo pagamentos de vendedores informais, muitos deles imigrantes.

Policial Renato Oliveira no Brás. Foto: Reprodução/processo judicial

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Esses pagamentos eram cobrados a título de “luva”, em troca de autorização para os comerciantes se instalarem na região, e também semanalmente.

Conhecida pelo comércio de vestuário, a região do Brás tem alto índice de informalidade. Segundo o MP, como não têm acesso a linhas de crédito, os comerciantes de região pegavam dinheiro emprestado com agiotas para pagar os policiais e, muitas vezes, esses próprios agentes eram contratados para fazer as cobranças.

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Testemunhas ouvidas na investigação relataram que os comerciantes que não pagam o valor cobrado são ameaçados de morte, agredidos e retirados dos pontos de venda.

Os investigadores suspeitam que a CoopsBrás, fundada supostamente para apoiar comerciantes da região, seria uma cooperativa de fachada usada no esquema de extorsão.

Renato Oliveira, policial militar, aborda comerciante em boxe no Brás. Foto: Reprodução/processo judicial

O inquérito foi aberto a partir de denúncias recebidas pela Corregedoria da PM. Os investigadores circularam à paisana no Brás por semanas, com uma caneta câmera espiã, para colher provas. Diversas cobranças foram flagradas durante as ações de monitoramento, tanto nos boxes quanto em barracas na rua.

“Durante este trabalho investigativo demonstrou-se a audácia e a sensação de impunidade destes policiais”, apontou a Polícia Militar ao pedir a prisão dos agentes. “Sem receio, abordam os vendedores e se auto intitulando policiais ou demonstrando estarem portando arma de fogo, ameaçam de expulsão do local, agressão, extorquem, roubam.”

Além das prisões preventivas, a Justiça de São Paulo também autorizou buscas em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados e a quebra do sigilo bancário e fiscal de oito empresas e 21 pessoas.

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Operação Aurora: Paloma Joana Bueno registra em caderno a relação de vítimas extorquidas.Ao lado dela, de blusa vermelha, está a escrivã da Polícia Civil Viviane Trevisã. Foto: Reprodução/processo judicial

Veja quem são os principais investigados:

  • José Renato Silva Oliveira, policial militar;
  • Lúcia Ferreira de Oliveira, policial militar;
  • Sérgio Ferreira do Nascimento, policial militar;
  • Wellington Stefani, policial militar;
  • Humberto de Almeida Batista; policial militar;
  • Maurício Oliveira de Souza, policial militar reformado;
  • Francisco José da Silva Neto, ex-policial militar;
  • Viviane Leticia Felix Trevisan, escrivã da Polícia Civil;
  • William Perdomo Zanabria, apontado como agiota;
  • Peterson Ribeiro Batista, conhecido como “Tetinha”, vice-presidente da CoopsBrás;
  • Fernando Bondade de Oliveira;
  • Luciano Santos da Silva;
  • João Paulo Schmid;
  • Antonio Marcos Alves de Castro;
  • Kelen Fernada Cardoso;
  • Paloma Joana Bueno.

COM A PALAVRA, AS DEFESAS

O Estadão busca contato com as defesas. O espaço está aberto para manifestação (rayssa.motta@estadao.com e fausto.macedo@estadao.com).

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