Solto desde o dia primeiro de junho, Mário Ilineu Miranda, apontado como operador do MDB, entregou ao juiz federal Sérgio Moro o comprovante de pagamento de sua fiança de R$ 11 milhões. Ele já havia disponibilizado para bloqueio US$ 7, 2 milhões de origem ilícita que internou na Suíça. Miranda também confessou crimes em depoimento à Operação Lava Jato.
Ele foi preso em abril, alvo da Operação Dejà vu, Lava Jato 51, que mira contrato da área Internacional da Petrobrás no valor de US$ 825 milhões que teria rendido propinas de US$ 40 milhões ao MDB, em suposto encontro entre delatores da Odebrecht, os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha e Temer, então candidato a vice-presidente, em 2010.
Miranda e outro operador, Sérgio Bocaletti, são suspeitos de receber US$ 31 milhões por meio de contas mantidas por operadores financeiros no exterior e supostamente representavam políticos do MDB. Os operadores são investigados por entregas de valor equivalente em moeda nacional, em espécie e no Brasil, ao encarregado pelo recebimento e distribuição do dinheiro aos agentes políticos. Sob sigilo, as declarações de Miranda foram registradas pela força-tarefa da Operação Lava Jato no dia 16.
O depoimento de Miranda às autoridades envolve contrato que, segundo a Odebrecht e os investigadores, beneficiou o MDB em 2010, em suposto acerto com políticos da cúpula do partido, dentro do escritório de Michel Temer em São Paulo.
O termo foi assinado após a prisão de Miranda na 51.ª fase da Operação Lava Jato, que mira suspeita de propinas em benefício do partido.
O presidente Michel Temer, Eduardo Cunha e Henrique Alves negam acerto para supostas propinas envolvendo o contrato PAC SMS.
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