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Oportunidade histórica

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Por Celso Niskier
Atualização:
Celso Niskier. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

No momento em que muitas escolas privadas de educação básica migram suas atividades para as aulas remotas, assistimos preocupados aos sistemas públicos tendo dificuldades de adaptar seus programas para o ensino remoto. Considerando as incertezas sobre a data de realização do Enem, cabe a seguinte pergunta: estaríamos aumentando o fosso que separa o desempenho do aluno de escola particular do rendimento do estudante de escola pública?

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Nesse momento de crise, as instituições de educação superior, conscientes da sua responsabilidade social, estão dedicando esforços a minimizar o distanciamento tecnológico, oferecendo soluções e serviços gratuitos para ajudar os alunos das escolas públicas.

A universidade Estácio de Sá, em conjunto com a Eleva Educação, está disponibilizando conteúdo preparatório para o Enem. Gratuita e de fácil acesso por meio de computador, smartphone ou tablet, a plataforma pretende auxiliar os estudantes da rede pública a superar as dificuldades impostas pelo isolamento social provocado pela pandemia.

Também o Grupo Ânima Educação, sob a liderança do vice-presidente da ABMES, Daniel Castanho, oferece conteúdo digital para ajudar as escolas com mais dificuldade de migração para o modelo emergencial. No Rio de Janeiro, a UniCarioca abriu o seu programa de reforço acadêmico em português e matemática para todos os alunos da rede pública e particular, através de uma live semanal, oferecida gratuitamente.

São algumas das iniciativas que mostram o compromisso social do setor de educação superior particular com a educação básica, pois sabemos que a qualidade do aluno ingressante no ensino superior influencia os resultados dos egressos deste nível de ensino.

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Outras iniciativas prosperam por todo Brasil, numa demonstração de que as instituições privadas de educação superior trabalham para minimizar os impactos gerados pela Covid-19 na vida escolar dos estudantes brasileiros, especialmente entre aqueles que dependem única e exclusivamente do ensino público para ingresso no nível superior.

Dadas as dimensões do país, com suas enormes diferenças sociais e desafios, é certo que tais iniciativas ainda estarão aquém da real necessidade dos milhões de alunos que cursam educação básica nas escolas públicas brasileiras. No entanto, espera-se alcançar o maior número possível de estudantes, ofertando a eles, dentro da realidade possível neste momento de pandemia, alternativas que os possibilitem continuar lutando pelo sonho de acesso ao ensino superior.

Retornando à pergunta inicial, certamente as dificuldades de migração das atividades letivas presenciais para o ambiente virtual, no âmbito do ensino público, resultarão em consideráveis prejuízos ao aprendizado, aumentando a evasão escolar.

Neste sentido, acreditamos que qualquer iniciativa que leve apoio e esperança aos milhões de estudantes e educadores brasileiros é muito bem-vinda. Estamos em um momento de crise e dificuldades generalizadas, e, exatamente por isso, se faz ainda mais imprescindível a prática da solidariedade para com aqueles mais afetados.

*Celso Niskier é secretário executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular (Fórum) e diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

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