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Opinião | Ousadias

Por que, geralmente, a disrupção não vem de nossos concorrentes, e sim de alguém totalmente de fora do nosso negócio?

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convidado
Por Cassio Grinberg

Pense e me responda: você lembra da última vez em que foi ousado?

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Muito se discute, no meio empresarial, sobre a importância de fatores como trabalho duro, ou mesmo a sorte: até que ponto um sucesso é resultante de um ou de outro? Que papel o talento ocupa nesta equação?

Retomando a conhecida frase atribuída a Tiger Woods, ‘quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho’, não é grande novidade dizer que nossa disciplina e esforço condicionam a sorte; afinal, quem tem mais probabilidade de correr 100 metros em menos de dez segundos? Usain Bolt, ou a gente?

Mas não é apenas disso que estou falando: estou falando de momentos de ousadia, de atirar garrafas ao mar.

Jenn Hyman, fundadora da Rent the Runway, teve a visão de que o closet da alta costura se mudaria para a nuvem. Mandou um email para Diane Von Fürstenberg, e conseguiu uma reunião com objetivo de pedir a ela que colocasse seus vestidos para alugar. No caminho para a reunião que ela surpreendentemente conseguiu, a secretária da estilista telefona cancelando. A menina de então vinte anos não dá bola para o telefonema, aparece no ateliê de qualquer maneira, e vende a ideia.

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Adam Lowry e Eric Ryan, também aos vinte anos de idade, enviaram um email a Karim Rashid, um dos maiores designers do mundo: ‘queremos trabalhar com você para redesenhar o detergente, um produto que repousa sobre todas as pias da América do Norte, você trabalharia conosco?’ Ele respondeu sim em menos de um minuto e, para comprovarem pureza do produto, os sócios beberam detergente diante das câmeras. E com isso reinventaram toda a categoria de produtos de limpeza nos Estados Unidos.

Joe Gebbia vendeu o pitch do Airbnb desafiando a noção de que estranhos significam perigo. Paige Mycoskie aparece pessoalmente em uma das principais varejistas de Los Angeles tentando vender sua marca — Aviator Nation — vestindo roupas que ela mesma criou. Eu mesmo, quando tinha 14 anos e pais recém separados, pedi um patrocínio de skate na loja mais importante de minha cidade. Primeiro não consegui, mas depois de uns dias, consegui.

Por que, geralmente, a disrupção não vem de nossos concorrentes, e sim de alguém totalmente de fora do nosso negócio? Principalmente porque, sendo alguém de fora de todas as supostas impossibilidades de algo, pega seu sangue fresco e sua ingenuidade de gênio e, não sabendo que era impossível — era mesmo? —, vai lá e faz.

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Cassio Grinberg
Sócio da Grinberg Consulting e autor dos livros ‘Desaprenda’ e ‘Desinvente’. Foto: Arquivo pessoal
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