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Perito pede acareação com delegado da Polícia Civil de SP no inquérito das mensagens vazadas

Defesa solicita ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que José Luiz Antunes, da Delegacia Seccional de Franco da Rocha, seja ouvido frente a frente com cunhado de Eduardo Tagliaferro

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Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Fausto Macedo
Atualização:

O advogado Eduardo Kuntz, que representa o perito Eduardo Tagliaferro, pediu uma acareação de Celso Luiz de Oliveira, cunhado do ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, com o delegado José Luiz Antunes, da Delegacia Seccional da Polícia Civil de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, no inquérito das mensagens vazadas.

O perito e o cunhado foram ouvidos nesta quinta-feira, 22, pela Polícia Federal e negaram envolvimento no vazamento das conversas. Eles citaram o delegado, que também foi chamado a prestar depoimento.

Ouça conversas entre o juiz auxiliar do gabinete de Moraes, Airton Vieira, e o perito Eduardo Tagliaferro:

00:0001:40
00:0001:20

Na acareação, testemunhas são ouvidas simultaneamente e confrontadas, frente a frente, sobre pontos divergentes.

A defesa informa, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal, que gostaria de acompanhar o depoimento do delegado e afirma que a acareação vai “auxiliar na busca da verdade real dos acontecimentos”.

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O perito computacional Eduardo Tagliaferro ao lado do ministro Alexandre de Moraes. Foto: @edutagliaferro via Instagram

O celular do perito ficou seis dias em posse da Polícia Civil, em maio de 2023, quando ele foi preso em flagrante em uma ocorrência de violência doméstica. Tagliaferro e o cunhado afirmam que, na ocasião, o delegado requisitou o aparelho, de onde as mensagens foram vazadas, e alegou que o ministro Alexandre de Moraes teria ordenado a apreensão.

O auto de apreensão registra que o celular tinha dois chips e, portanto, duas linhas – uma profissional e outra pessoal. “Por ocasião da apreensão do aparelho, o mesmo se achava bloqueado e não há informações sobre senha de desbloqueio”, diz o documento.

Já o boletim de ocorrência afirma que o celular foi “devidamente desligado nesta delegacia, isto visando preservar seu conteúdo”. Em seguida, o ofício informa o número do lacre usado para guardar o aparelho.

O lacre só pode ser rompido por pessoas autorizadas. É uma garantia de que o material ou objeto apreendido não foi manipulado nem substituído. Ocorre que, segundo o perito, o celular foi entregue “fora de qualquer invólucro”, ou seja, sem o lacre que atesta que o telefone ficou indevassável.

Como antecipou o Estadão, a PF vai ouvir a versão do delegado para verificar se o vazamento pode ter partido da Polícia Civil. Em nota, a corporação informou que abriu um procedimento interno na Corregedoria e que o caso está em sigilo.

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