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‘Abandonados’, ‘vergonhosos’, ‘caóticos’: como o eleitor avalia serviços públicos em capitais

A onze meses das eleições municipais, pesquisa de opinião realizada pela Ideia Big Data em parceria com a ONG Agenda Pública mostra que saúde é demanda prioritária; Curitiba é a cidade mais bem avaliada, Belém ocupa a lanterna

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Foto do author Rayssa Motta
Atualização:

A menos de um ano das eleições municipais de 2024, moradores das maiores capitais do País estão insatisfeitos com a qualidade dos serviços públicos. É o que aponta uma pesquisa de opinião feita pelo Ideia Big Data em parceria com a ONG Agenda Pública.

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Foram mais de 3 mil entrevistados entre 28 de setembro e 1 de outubro de 2023 em dez capitais do Brasil. Segurança pública (36%), saúde (13%), administração municipal (12%) e desemprego (8%) despontam como as áreas consideradas mais problemáticas. Nem todas essas áreas estão no guarda-chuva de atribuições exclusivas das prefeituras.

Acesse aqui a pesquisa.

Curitiba foi a capital mais bem avaliada e Belém aparece na lanterna. As avaliações negativas consideram respostas em que os serviços públicos municipais foram classificados como abandonados, vergonhosos, ruins, inexistentes, precários, caóticos ou péssimos.

Veja a posição de cada capital e o respectivo índice de avaliação negativa:

  1. Curitiba: 16,1%
  2. Belo Horizonte: 29,8%
  3. Recife: 31,8%
  4. Salvador: 32,7%
  5. Manaus: 33,7%
  6. Goiânia: 33,9%
  7. Fortaleza: 36,1%
  8. Rio de Janeiro: 40,5%
  9. São Paulo: 46,6%
  10. Belém: 46,9%

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A pesquisa mostra que os brasileiros têm uma preocupação comum: melhorar a qualidade da saúde pública. Em todas as capitais, os entrevistados defenderam que a prioridade da prefeitura deve ser diminuir as filas nos hospitais e postos de saúde e contratar mais médicos.

Para o cientista político Sergio Andrade, diretor da ONG Agenda Pública, a combinação entre a pandemia da covid-19 e a crise econômica, com menos brasileiros pagando planos de saúde, pode explicar a demanda por melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O excesso de demanda nos serviços públicos nos últimos anos devido a crises, mudança no Ministério da Educação, e a falta de organização da saúde em nível federal no último governo, afetaram a oferta de serviços pelos municípios e ajudam a explicar a avaliação mais crítica dos cidadãos, captada pela pesquisa”, explica.

São Paulo foi a segunda capital com a pior avaliação, segundo a pesquisa. Foto: DANIEL TEIXEIRA

São Paulo

Além de mais investimentos em saúde, que desponta como a maior demanda da população de São Paulo, os moradores paulistas também defenderam como prioridades a criação de um programa mais efetivo de acolhimento e moradia para a população em situação de rua e melhorarias no transporte público.

As reclamações mais frequentes foram sobre tempo de espera para exames, quantidade de hospitais, qualidade do asfalto, preço da passagem, trânsito e poluição.

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COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo informou que ampliou as unidades de saúde, comprou equipamentos e que, até setembro, 18,4 mil médicos trabalhavam na rede pública.

Em nota, a administração municipal também afirmou que contratou mil novos guardas municipais para « colaborar com a melhoria da segurança na capital » e que está implementando « sistema de monitoramento inteligente » por meio de câmeras de segurança.

Sobre transporte, a prefeitura disse que está investindo na remoção da frota e na manutenção da tarifa.

A prefeitura do ainda que lançou o maior programa de recapeamento da história da cidade e que, em outra frente, mais de 167 mil buracos foram reparados entre janeiro e outubro.

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“A Prefeitura de São Paulo informa que trabalha continuamente para ampliar e melhorar a qualidade de todos os serviços oferecidos na cidade. Da saúde do cidadão à sua locomoção, uma equipe comprometida e atuante movimenta esta cidade, com população superior a muitos países”, diz a nota.

COM A PALAVRA, A PREFEITURA DO RIO

Procurada pela reportagem, a Prefeitura do Rio informou que contratou 3,6 mil profissionais de saúde e recuperou 198 unidades de saúde. A gestão atual, do prefeito Eduardo Paes, atribui o desmonte na atenção básica ao antecessor, Marcelo Crivella, e afirma que a meta é voltar a 70% da cobertura de saúde da família.

“Ao assumir em janeiro de 2021, a atual gestão encontrou unidades degradadas por falta de manutenção, mobiliário destruído, equipamentos com defeito. (...) Havia falta generalizada de medicamentos e insumos e vários contratos estavam sem pagamento, o que comprometia a assistência e levou à suspensão de importantes serviços”, diz o texto.

Também informou que “praticamente zerou” a fila na saúde. “Em 2020, último ano de governo da antiga gestão, o tempo médio de espera para realização de consultas e procedimentos era de 160 dias. Atualmente está em 81 dias.”

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COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE SALVADOR

A Prefeitura de Salvador diz que tem feito “investimentos robustos” para melhorar os serviços públicos essenciais para a população e que mais de 80% dos recursos são destinados a regiões carentes da cidade.

“É importante destacar que existe nas grandes capitais, a exemplo de Salvador, uma demanda reprimida na saúde, agravada pela pandemia, e a gestão municipal tem feito esforços para resolver este problema a partir de contratualizações de serviços, mutirões e implantação de novos programas”, diz o texto.

A administração municipal informou ainda que alcançou a universalização da educação infantil, renovou 35% da frota de ônibus e apareceu no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. por diversos meses como a capital do Norte e Nordeste que mais criou vagas formais de trabalho.

COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE CURITIBA

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A Prefeitura de Curitiba diz que monitora regularmente os serviços públicos para garantir a qualidade de atendimento e promover as melhorias necessárias. “As áreas de saúde, educação, transporte público, geração de empregos, segurança e obras (em especial, asfalto novo e de qualidade) têm sido prioridades de Curitiba, com grandes investimentos do município”, diz a nota enviada ao Estadão.

A administração municipal informou também que prevê investir R$ 2,9 bilhões em saúde em 2023 e que está entre as oito cidades que mais geram empregos no País, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.

Sobre educação, a prefeitura lembrou que, no ano passado, Curitiba subiu da quarta para a terceira posição entre as capitais no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal indicador da qualidade do ensino.

Sobre transporte público, a prefeitura diz que o sistema da cidade é o “mais integrado do País, reconhecido mundialmente pela sua eficiência e qualidade”. Afirmou ainda que começou a testar ônibus elétricos e que as tarifas, parcialmente subsidiadas pelo município, seguirá congelada em R$ 6 até 2025.

A prefeitura disse ainda que vem investindo na redução da criminalidade por meio do fortalecimento da atuação da Guarda Municipal, do investimento em tecnologias para leitura da placa de veículos, do monitoramento de locais estratégicos como escolas, praças, parques e terminais de ônibus, entre outros.

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COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE MANAUS

A Prefeitura de Manaus disse que é líder no Previne Brasil, programa do Ministério da Saúde que mede a qualidade da atenção básica, e que a saúde é prioridade da gestão.

Em nota, a administração municipal também informou que reformou ou construiu mais de 330 unidades de ensino, entregou 293 ônibus novos e gerou mais de 16 mil vagas de emprego.

A gestão diz ainda que, embora a segurança pública seja uma atribuição do governo estadual, criou a Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social e tem investido no armamento e modernização da guarda municipal.

COM A PALAVRA, A PREFEITURA DO RECIFE

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A Prefeitura do Recife informou que prevê investir R$ 400 milhões em saúde pública até 2024, que contratou 2,2 mil profissionais de saúde nos últimos dois anos e ampliou os horários de funcionamento das unidades de saúde da família.

A administração municipal disse ainda que gerou mais de 4,5 mil vagas de creches e que, nos últimos dois anos, já foram criados 71.075 empregos com carteira assinada na capital pernambucana.

“A Prefeitura do Recife esclarece que tanto a questão concernente à segurança, bem como a questão dos transportes público de ônibus devem ser direcionados ao Governo do Estado, responsável pela gestão da frota em toda a Região Metropolitana do Recife bem como pelas polícias militar, civil e corpo de bombeiros. Entretanto, o município possui políticas ativas preventivas para a segurança cidadã como a troca de todo o parque de iluminação pública por dispositivos em LED, atuação preventiva dos quadros da Guarda Municipal no tocante à preservação patrimonial, além da expansão da rede de Centros Comunitários pela Paz”, diz a vota da prefeitura.

COM A PALAVRA, AS DEMAIS PREFEITURAS

A reportagem entrou em contato com as demais prefeituras, mas não teve retorno até a publicação do texto. O espaço está aberto para manifestação.

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