Durante a maior operação já realizada para sufocar atos antidemocráticos e neutralizar a ação de radicais, a Polícia Federal prendeu dois suspeitos em flagrante, um deles por posse ilegal de arma. A grande ofensiva confiscou um arsenal de 29 armas de fogo e mais de sete mil munições, inclusive de grosso calibre.
As informações constam de balanço realizado com dados contabilizados até às 11h59 desta sexta. Os investigadores também confiscaram 40 celulares, três HDs, quatro notebooks e nove passaportes durante a ofensiva contra supostos organizadores e financiadores de bloqueios de rodovias e atos antidemocráticos em frente a quartéis registrados após a derrota do presidente Jair Bolsonaro nas urnas.
Imagens feitas pelos investigadores mostram arsenal apreendido durante diligências em Fraiburgo e São Miguel do Oeste (SC). Como mostrou o Estadão, entre os armamentos confiscados pelos policiais, há uma submetralhadora, um fuzil, além de rifles com lunetas. Veja a seguir os registros:
As armas foram apreendidas durante o cumprimento dos 80 mandados de busca expedidos por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo nota divulgada pelo gabinete do magistrado, a ofensiva mirou 'grupos propagaram o descumprimento e o desrespeito' ao resultado das eleições, 'além de atuar pelo rompimento do Estado Democrático de Direito e instalação de regime de exceção, com a implantação de uma ditadura'.
A apuração mira: líderes, organizadores, financiadores, fornecedores de apoio logístico e estrutural ao bloqueio de rodovias; proprietários e condutores de caminhões que participaram de atos antidemocráticos e foram autuados; donos de veículos usados para prestar apoio, auxílio logístico ou estrutural às manifestações, como transporte de pneus a serem queimados, estrutura para barracas, transporte de banheiros químicos.
As medidas cumpridas ostensivamente nesta quinta-feira, 15, são resultado de informações colhidas por uma ampla rede de investigação - relatórios de inteligência enviados pelo Ministério Público, pela Polícia Civil, pela Polícia Militar e pela Polícia Rodoviária Federal dos Estados.
Segundo o Supremo, os documentos remetidos à Corte máxima 'identificaram patrocinadores de manifestações, de financiadores de estruturas para acampamentos, arrecadadores de recursos, lideranças de protestos, mobilizadores de ações antidemocráticas em redes sociais, além de donos de caminhões e veículos que participaram de bloqueios'.
As 80 ordens de busca e apreensão cumpridas no bojo da investigação sobre suposto crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito foram expedidas em um procedimento ligado ao inquérito 4879, que apura atos ilegais e antidemocráticos relacionados ao 7 de Setembro.
Relatório de Inteligência da Polícia Civil de Santa Catarina havia indicado possíveis lideranças dos atos antidemocráticos em São Miguel do Oeste e em Fraiburgo. No caso desta última, os policiais citaram supostos responsáveis por bloqueio na rodovia SC-355.
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