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PF apreende celular de ex-chefe do setor de presentes da Presidência no governo Bolsonaro

Marcelo da Silva Vieira implicou ex-presidente em tentativa de liberar conjunto de joias apreendido pela Receita

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Foto do author Fausto Macedo
Atualização:
Joias de R$ 16,5 milhões dadas ao casal Bolsonaro e retidas na alfândega. Foto: Divulgação 

A Polícia Federal (PF) fez buscas nesta sexta-feira, 12, na casa do capitão de corveta da reserva Marcelo da Silva Vieira, que era chefe do setor de documentação histórica da presidência, no Rio de Janeiro.

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Ele era responsável por classificar os presentes recebidos pelo presidente, indicando se deveriam ficar com ele ou entrar para o acervo da União. Vieira foi demitido em janeiro deste ano, com a troca de governo.

Os policiais buscaram documentos e apreenderam celular do militar na investigação sobre o caso das joias. O aparelho vai passar agora por uma perícia. O capitão prestou depoimento há um mês e implicou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de liberar os presentes.

Vieira narrou à PF que participou de uma ligação com Bolsonaro e o então ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid, em dezembro do ano passado, sobre a liberação das joias. O capitão afirmou ter se negado a assinar um documento para a Receita Federal entregar o conjunto de colar, brincos, relógio e anel avaliado em R$ 16,5 milhões.

A versão é que Mauro Cid pediu que ele fizesse um ofício para a alfândega do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, enviar os presentes ao acervo da presidência. Eles teriam trocado mensagens pelo WhatsApp.

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O capitão afirma ter explicado que não poderia fazê-lo porque a notificação estaria além de suas funções. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, então, teria pedido que ele explicasse ao ex-presidente ‘por que não poderia assinar’. Bolsonaro teria respondido apenas um ‘ok, obrigado’.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO EDUARDO KUNT, QUE REPRESENTA MARCELO VIEIRA

“Estou surpreso com a violação do direito de Vieira, depois que ele prestou um depoimento de seis horas e foi colaborativo. Ele mostrou o celular para os policiais, que ignoraram, e não satisfeitos tiramos prints e entregamos aos investigadores.”

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