A Polícia Federal (PF) vai ouvir neste domingo, 23, nove servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que estavam no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.
Os depoimentos foram determinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na investigação sobre o papel de autoridades nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.
Em despacho assinado ontem, Moraes deu 48 horas para a PF ouvir todos os servidores do GSI identificados nas imagens do circuito interno de segurança do Planalto.
Veja a lista de depoimentos previstos neste domingo:
- Carlos Feitosa Rodrigues, ex-secretário de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI;
- Wanderli Baptista da Silva Júnior, ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI;
- Alexandre Santos de Amorim, coordenador de Avaliação de Riscos do GSI;
- André Luiz Garcia Furtado, coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI;
- Alex Marcos Barbosa Santos, adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI;
- Marcus Vinícius Bras de Camargo, chefe da Assessoria Parlamentar do GSI;
- José Eduardo Natale de Paula Pereira, ex-coordenador de Operações de Segurança Presidencial do GSI;
- Adilson Rodrigues da Silva, auxiliar da Coordenação de Segurança de Instalações do GSI;
- Laércio da Costa Júnior, encarregado de Segurança de Instalações do Palácio do Planalto.
A Polícia Federal ouviu na sexta o general da reserva Marco Gonçalves Dias, o G. Dias, ex-chefe GSI, que negou conivência com os radicais. Ele afirmou que estava fazendo um 'gerenciamento de crise' e que não tinha 'condições materiais' de prender os vândalos sozinho.
O general declarou também que, em sua avaliação, houve um 'apagão' do sistema de inteligência. A falha, segundo o depoimento, estaria na 'falta de informações para tomada de decisões'.
G. Dias pediu exoneração nesta semana depois que a CNN revelou imagens em que ele aparece no terceiro andar indicando a saída aos radiciais. A versão de G. Dias é que, pelo protocolo, eles seriam presos quando chegassem ao segundo andar.
Também por ordem de Moraes, o GSI levantou o sigilo das filmagens do circuito interno do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. As gravações foram entregues hoje ao STF, junto com a sindicância aberta internamente para apurar a conduta dos servidores.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, assumiu inteiramente o comando do Gabinete de Segurança Institucional. Ele também foi o responsável por comandar a intervenção na segurança pública do Distrito Federal depois dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.
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