A Polícia Federal e a Procuradoria da República em Roraima abriram na manhã desta quarta-feira, 39, uma operação que mira esquema de desvio de medicamentos do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami.
Os investigadores suspeitam que só 30% dos mais de 90 tipos de remédios contratados pelos indígenas teriam sido devidamente entregues. O recebimento dos medicamentos teria sido fraudado com apoio de agentes públicos.
Segundo a Polícia Federal, apenas com relação ao tratamento de verminoses, o esquema criminoso sob suspeita teria deixado 10.193 crianças desassistidas, 'resultando no aumento de infecções e manifestações de formas graves da doença, com crianças expelindo vermes pela boca'.
Um empresário suspeito de se beneficiar do esquema também é investigado por suposta participação em esquema de desvio de recursos públicos do combate à covid-19 em Roraima, ressaltou a Polícia Federal.
A ofensiva aberta nesta manhã, batizada Yoasi, vasculha dez endereços em Roraima. As ordens foram expedidas pela 4ª Vara Federal Criminal no Estado para apurar supostos crimes de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.
Segundo a PF, o nome da operação faz alusão a uma entidade que, para os Yanomami, é irmão de Omama e responsável pela morte no mundo.
A corporação indicou que a investigação que culminou na operação aberta nesta manhã foi aberta após um inquérito civil conduzido pelo Ministério Público Federal.
A Procuradoria apurou notícias sobre a falta de medicamentos para malária e verminoses na Terra Indígena Yanomam e identificou irregularidades como o recebimento do vermífugo albendazol em quantidades inferiores ao adquirido pelo órgão.
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