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Leo Índio, primo dos Bolsonaro, é alvo de buscas em operação da PF

Na 19.ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos do dia 8 de janeiro, policiais federais cumprem mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes em três Estados e no DF

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Atualização:
Operação Lesa Pátria investiga envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Foto: Wilton Júnior

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 25, mais uma fase da Operação Lesa Pátria. É a 19.ª etapa da investigação, que faz um esforço para identificar todos os envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.

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Os policiais federais tentam prender preventivamente cinco suspeitos. A PF também cumpre 13 mandados de busca e apreensão em Cuiabá (MT), Cáceres (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e em Brasília (DF).

O Estadão apurou que endereço ligado a Léo Índio, primo de três dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, é alvo de buscas. Ele já havia sido alvo da terceira fase da operação.

Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator das investigações sobre os protestos do dia 8 de janeiro.

Os investigados podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime e destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

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Leonardo Rodrigues de Jesus, o Leo Índio, primos de três filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, é um dos alvos da Operação Lesa Pátria. Foto: Dida Sampaio / Estadão

Léo Índio

Léo Índio participou dos protestos golpistas. Ainda nas primeiras horas após os atos de vandalismo, ele publicou imagens em uma rede social em cima do Congresso Nacional e próximo ao Supremo Tribunal Federal.

Em uma das postagens, o primo dos Bolsonaro aparece com os olhos vermelhos, segundo ele devido ao gás lacrimogêneo usado pela Polícia Militar.

Em outro post, após a repercussão e em um ambiente que não parece ser a área central de Brasília, ele escreveu: “Muitos feridos, muitos socorridos. Patriotas não cometem vandalismo”.

Léo Índio, que se descreve em suas redes sociais como sobrinho de Bolsonaro, foi candidato pelo PL à Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, mas não foi eleito. Ele também atuou como assessor do senador Chico Rodrigues (União-RR).

Léo Índio participou dos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Foto: leoindiodf/Instagram

Relembre as fases da Operação Lesa Pátria

A primeira fase da Operação Lesa Pátria, no dia 20 de janeiro, prendeu cinco suspeitos de participação, incitação e financiamento nos atos golpistas. Entre eles ‘Ramiro dos Caminhoneiros’, Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio.

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Na segunda etapa da força-tarefa, policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista Antônio Cláudio Alves Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico no Palácio do Planalto.

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A terceira fase da operação prendeu cinco pessoas, incluindo a idosa Maria de Fátima Mendonça, de 67 anos, que viralizou ao dizer em um vídeo que ia ‘pegar o Xandão’. Léo Índio foi alvo de buscas na mesma etapa.

No dia 3 de fevereiro, a PF abriu a quarta fase ostensiva da investigação e prendeu o empresário conhecido como Márcio Furacão, que se filmou ao participar da invasão ao Palácio do Planalto, e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como ‘Homem do Tempo’, que fez vídeos subindo a rampa do Congresso Nacional e dentro do STF.

A oitava etapa da ofensiva teve o maior número de mandados - ao todo, 32 investigados tiveram prisão decretada. A PF prendeu golpistas como a mulher responsável por pichar a estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal, com a frase ‘perdeu, mané’ e o homem que teria levado uma bola autografada pelo jogador Neymar da Câmara dos Deputados.

A fase 9 prendeu preventivamente um major da Polícia Militar do Distrito Federal da reserva suspeito de incitar os atos golpistas e de administrar recursos que financiaram ações antidemocráticas. Claudio Mendes dos Santos teria ensinado táticas de guerrilha para os bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília.

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A décima Operação Lesa Pátria prendeu 13 pessoas. Entre os presos estavam o tenente-coronel da reserva da Aeronáutica Euro Brasílico Vieira Magalhães; a professora Claudebir Beatriz da Silva Campos, suplente do PL na Assembleia Legislativa do Pará; e o empresário Leandro Muniz Ribeiro, que se candidatou a uma vaga na Assembleia Legislativa de Goiás pelo Democracia Cristã nas eleições 2022.

A etapa seguinte mirou endereços ligados a empresários, produtores rurais e colecionadores de armas, atiradores e caçadores esportivos (CACs), suspeitos de financiarem os protestos golpistas.

Na 12.ª fase, a PF prendeu o major Flávio Silvestre de Alencar, suspeito de ter orientado a desmobilização da barreira montada no topo da rampa que faz a ligação entre o Congresso e o Supremo, o que impedia o acesso dos extremistas à Praça dos Três Poderes.

A 13.ª Operação Lesa Pátria fez buscas contra o empresário Milton de Oliveira Júnior em Itapetininga, a 170 quilômetros da capital paulista. A PF investiga se ele financiou a ida de extremistas a Brasília. Em entrevista, o empresário chegou a dizer que ‘ajudou patriotas’ a viajarem ao DF.

Em agosto, a Polícia Federal prendeu mais oito bolsonaristas. A lista inclui o pastor Dirlei Paz, que nas redes sociais se identifica como ‘patriota’ e aparece em foto pedindo ‘intervenção federal’; a cantora gospel Fernanda Ôliver; e os influenciadores Isac Ferreira e Rodrigo Lima.

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O deputado estadual de Goiás Amauri Ribeiro (União Brasil) que, em sessão da Assembleia Legislativa afirmou ter ‘ajudado a bancar’ o acampamento golpista montado em frente ao QG do Exército, foi alvo de buscas na fase seguinte da Operação Lesa Pátria.

A 16.ª etapa mirou, novamente, os financiadores aos atos do dia 8 de janeiro. A PF fez buscas em 53 endereços. Foram alvo Rodrigo Borini, filho do ex-prefeito de Birigui (SP) Wilson Borini; Rodrigo de Souza Lins, deputado estadual suplente do MS pelo PRTB; e uma socialite de São Paulo chamada Marici Bernardes.

A fase 17, aberta em setembro, mirou três investigados – Aildo Francisco Lima, que fez uma live sentado na cadeira do ministro Alexandre de Moraes; Basília Batista, que teria invadido o Congresso; e a advogada Margarida Marinalva de Jesus Brito.

O desdobramento mais recente da investigação envolveu buscas na casa do general da reserva do Exército Ridauto Lúcio Fernandes, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde no governo Bolsonaro, que participou dos atos do dia 8.

COM A PALAVRA, LÉO ÍNDIO

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Procurada pela reportagem, a defesa de Léo Índio informou que o caso é sigiloso e que ainda busca mais informações.

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