A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 2, a Operação Quinta Coluna para aprofundar as investigações sobre uma suposta associação criminosa que usou aeronaves da Força Aérea Brasileira para enviar drogas para a Espanha. As apurações miram ainda a lavagem de ativos obtidos em razão dos crimes.
Segundo a corporação, as investigações revelaram que outras pessoas se associaram ao sargento Manoel Silva Rodrigues 'de forma estável e permanente, para a prática do crime de tráfico ilícito de drogas, tendo sido apresentado à Justiça elementos que indicam pelo menos mais uma remessa de entorpecente para Espanha'. O militar foi detido em 2019 na Espanha com 39 quilos de cocaína quando viajava como parte da tripulação de apoio do presidente Jair Bolsonaro
Agentes cumprem 15 mandados de busca e apreensão e duas ordens de restrição de comunicação e saída do Distrito Federal contra 10 investigados. Entre os alvos da ação estão a esposa de Manoel, um tenente e um tenente-coronel. Militares da FAB também participam das atividades.
Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, que ainda determinou o sequestro de imóveis e veículos dos suspeitos.
Além de investigar os outros supostos integrantes da associação criminosa, a PF mira crimes de lavagem de dinheiro, sendo que as investigações apontaram 'diversas estratégias do grupo para ocultar os bens provenientes do tráfico de entorpecentes, especialmente a aquisição de veículos e imóveis com pagamentos de altos valores em espécie'.
A PF frisou que as investigações não se confundem com os processos por tráfico internacional de drogas que tramitam perante a Justiça Militar. Os investigados na operação podem responder pelos crimes deassociação para o tráfico e lavagem de dinheiro, que têm penas que vão de 3 a 10 anos de prisão.
Segundo a corporação, o nome da ofensiva faz referência a expressão usada na guerra civil espanhola 'para denominar grupo que agia de maneira contraria a lealdade', um grupo de traidores.