*Atualizado às 20h45
O filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan, foi ouvido pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 7, sobre a atuação dele junto ao governo federal. O depoimento foi prestado em uma investigação que apura se ele usou o acesso ao Planalto para obter benefícios pessoais, o que configura crime de tráfico de influência. Ele nega que tenha interferido na agenda do governo ou recebido vantagens por isso.
Jair Renan compareceu à superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde passou mais de três horas, acompanhado do advogado Frederick Wassef e não falou com a imprensa. O advogado da família Bolsonaro voltou a dizer que o filho do presidente não marcou reuniões e não recebeu vantagens de empresários.
O interrogatório chegou a ser agendado em dezembro do ano passado, mas Jair Renan não compareceu e pediu o adiamento.
A investigação foi aberta depois que o jornal O Globo divulgou que o filho do presidente teria recebido um carro elétrico de representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, avaliado em R$ 90 mil. Um mês após a doação, em outubro de 2020, a empresa conseguiu agendar um encontro com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, com participação de Jair Renan.
Em entrevista ao SBT News após o depoimento, Jair Renan atribuiu a investigação a uma tentativa de 'incriminá-lo'. "Eu me sinto revoltado com tudo isso que está acontecendo. Nunca recebi nenhum cargo, nenhum dinheiro, nunca fiz lavagem de dinheiro", afirmou.
Ao ser questionado sobre a participação na reunião, ele disse que foi 'convidado', "Só me convidaram. Eu fui porque conhecia o pessoal lá. Entrei mudo e saí calado", justificou.
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