A Polícia Federal (PF) investiga a origem do dinheiro apreendido na casa do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), na Operação Venire.
Ele foi preso preventivamente na última quarta-feira, 3, por suspeita de participação em um esquema de adulteração de dados nos sistemas do Ministério da Saúde para fraudar comprovantes de vacinação contra a covid-19.
Os policiais encontraram US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie em um cofre na casa do militar. Ele agora é investigado também por lavagem de dinheiro. A informação foi divulgada pelo programa Fantástico, da TV Globo, e confirmada pelo Estadão.
A PF identificou uma conta bancária em nome de Mauro Cid aberta nos Estados Unidos. Os investigadores pretendem pedir a quebra do sigilo da conta para analisar a movimentação financeira do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O tenente-coronel foi o pivô da investigação sobre as fraudes nos certificados de vacina, que atinge também o ex-presidente. A apuração teve início com a quebra do sigilo de mensagem de Mauro Cid. A PF encontrou conversas sobre as fraudes nos dados de vacinação.
Com acesso direto a Bolsonaro durante o governo, Mauro Cid se tornou o braço-direito e ‘faz-tudo’ do ex-presidente. Ele está implicado em outras investigações, como a das joias de R$ 16,5 milhões retidas pela Receita Federal. Como mostrou o Estadão, o tenente-coronel foi o primeiro a ser escalado para tentar resgatar pessoalmente o conjunto.
Mauro Cid também entrou na mira da PF em uma investigação sobre a organização e o financiamento de atos antidemocráticos. Conversas de WhatsApp interceptadas pelos policiais e reveladas pelo blog mostram que ele trocou mensagens com o blogueiro Allan dos Santos, do Terça Livre, que defendeu um golpe das Forças Armadas. Em depoimento, ele negou apoiar uma intervenção militar.
O ex-ajudante de ordens da Presidência também foi implicado pela PF na investigação sobre o vazamento de informações relacionadas a um ataque hacker aos sistemas da Justiça Eleitoral. A íntegra da investigação da PF sobre o ataque cibernético foi divulgada por Bolsonaro nas redes sociais e usada de maneira distorcida para espalhar a narrativa infundada de fraude nas urnas. A PF afirma que Mauro Cid participou deste e de ‘outros eventos também destinados à difusão de notícias promotoras de desinformação da população’, incluindo a live em que Bolsonaro associou a vacina contra a covid-19 ao vírus da aids.
COM A PALAVRA, A DEFESA DO TENENTE-CORONEL MAURO CID
A reportagem entrou em contato com a defesa de Mauro Cid e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.
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