Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

PF não consegue quebrar senha do celular de bolsonarista presa no 8/1 e fica sem acesso a conversas

Peritos tentavam acessar diálogos de Nilma Lacerda Alves para verificar se houve trocas de mensagens de teor golpista na semana que antecedeu os protestos

Foto do author Rayssa Motta
DF BSB 08/01/2023 NACIONAL / EXCLUSIVO Bolsonaristas invadem o STF FOTO WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: ESTADAO

A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 9, que não conseguiu quebrar a senha do celular da técnica de enfermagem Nilma Lacerda Alves. Com isso, a perícia no aparelho foi limitada.

PUBLICIDADE

Nilma participou protestos atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília e foi presa em flagrante no Senado Federal. Ela nega ter envolvimento em atos de vandalismo.

O STF chegou a colocá-la em julgamento no plenário virtual, mas o ministro André Mendonça pediu que a ação fosse julgada no plenário físico. A maioria já estava formada para condenar a técnica de enfermagem a uma pena de 14 anos.

O ofício da PF afirma que todas as tentativas de desbloquear o celular foram ‘infrutíferas’. “Nenhuma das ferramentas periciais disponíveis no Instituto Nacional de Criminalística logrou êxito na quebra da senha do aparelho”, diz o documento.

Sem a senha, os peritos não conseguiram fazer a extração total dos dados e mídias. Um dos objetivos era verificar se havia diálogos de teor golpista na semana que antecedeu a invasão aos prédios na Praça dos Três Poderes.

Publicidade

A PF selecionou algumas palavras-chave que estão sendo usadas como guia para fazer buscas em todos os aparelhos apreendidos nas investigações do dia 8 de janeiro. A lista inclui termos como ‘golpe’, ‘SOS Forças Armadas’, ‘morte ao Xandão’ e ‘Bolsonaro’. Dezenas de celulares foram confiscados pelas autoridades.

“Não foi possível obter as informações de usuário do aplicativo WhatsApp instalado no aparelho, tendo em vista que o telefone celular encaminhado a exame se encontrava protegido por senha alfanumérica não informada e que não foi passível de quebra”, explicou a Polícia Federal.

Os peritos também não conseguiram obter os nomes e números de telefone salvos na agenda do celular ou dados de geolocalização do dia 8 de janeiro. Na extração parcial de mídias, a PF não encontrou fotos e vídeos feitos com o aparelho durante os atos golpistas.

Ainda não há data marcada para o julgamento de Nilma. Cabe ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, decidir quando vai encaixar o caso na pauta.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.