A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 9, que não conseguiu quebrar a senha do celular da técnica de enfermagem Nilma Lacerda Alves. Com isso, a perícia no aparelho foi limitada.
Nilma participou protestos atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília e foi presa em flagrante no Senado Federal. Ela nega ter envolvimento em atos de vandalismo.
O STF chegou a colocá-la em julgamento no plenário virtual, mas o ministro André Mendonça pediu que a ação fosse julgada no plenário físico. A maioria já estava formada para condenar a técnica de enfermagem a uma pena de 14 anos.
O ofício da PF afirma que todas as tentativas de desbloquear o celular foram ‘infrutíferas’. “Nenhuma das ferramentas periciais disponíveis no Instituto Nacional de Criminalística logrou êxito na quebra da senha do aparelho”, diz o documento.
Sem a senha, os peritos não conseguiram fazer a extração total dos dados e mídias. Um dos objetivos era verificar se havia diálogos de teor golpista na semana que antecedeu a invasão aos prédios na Praça dos Três Poderes.
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A PF selecionou algumas palavras-chave que estão sendo usadas como guia para fazer buscas em todos os aparelhos apreendidos nas investigações do dia 8 de janeiro. A lista inclui termos como ‘golpe’, ‘SOS Forças Armadas’, ‘morte ao Xandão’ e ‘Bolsonaro’. Dezenas de celulares foram confiscados pelas autoridades.
“Não foi possível obter as informações de usuário do aplicativo WhatsApp instalado no aparelho, tendo em vista que o telefone celular encaminhado a exame se encontrava protegido por senha alfanumérica não informada e que não foi passível de quebra”, explicou a Polícia Federal.
Os peritos também não conseguiram obter os nomes e números de telefone salvos na agenda do celular ou dados de geolocalização do dia 8 de janeiro. Na extração parcial de mídias, a PF não encontrou fotos e vídeos feitos com o aparelho durante os atos golpistas.
Ainda não há data marcada para o julgamento de Nilma. Cabe ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, decidir quando vai encaixar o caso na pauta.
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