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PF abre operação contra prefeitos, servidores e empreiteiros por fraudes em licitações para obras em seis cidades no oeste do Paraná

Policiais federais fazem buscas na Operação Jaborandi, que mira organizações criminosas montadas para direcionamento e superfaturamento de contratos

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Por Redação
Atualização:

A Polícia Federal abriu nesta terça-feira, 26, a Operação Jaborandi contra prefeitos, servidores públicos e empreiteiros da região oeste do Estado do Paraná suspeitos de corrupção em contratos de obras municipais.

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Ao todo, 120 policiais federais cumpriram 28 mandados de busca e apreensão em sete cidades - Umuarama (PR), Boa Vista da Aparecida (PR), Perobal (PR), Três Barras (PR), Santa Helena (PR), Guaíra (PR) e Uruará (PA). As ordens foram expedidas pelo desembargador Luiz Carlos Canalli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Foram apreendidos computadores, celulares, HDs, pendrives, joias, dinheiro e armas de fogo.

A investigação teve início há um ano após denúncias de que empreiteiros estariam se reunindo em conluio com prefeitos para fraudar o caráter competitivo de procedimentos licitatórios envolvendo o setor de obras de municípios da região. Além do direcionamento dos contratos, o suposto esquema envolveria o superfaturamento dos serviços para posterior desvio. Em uma das licitações, o objeto era uma pavimentação urbana e os investigadores identificaram um disque-chopp entre as empresas concorrentes.

"As equipes agora irão se debruçar sobre todo o material apreendido na data de hoje e é o produto dessa análise que irá ditar os próximos passos da investigação", afirma o delegado Mateus Marins Correia de Sá, responsável pelas apurações.

De acordo com a PF, ao menos duas organizações criminosas, 'estruturalmente ordenadas e com atuações bem definidas', foram identificadas sob a coordenação dos prefeitos de Boa Vista da Aparecida, Leonir Antunes dos Santos (PL), e Umuarama, Celso Pozzobom (PSC), que está afastado do cargo por determinação do Tribunal de Justiça do Paraná sob suspeita de participação em desvios da Saúde. Os dois grupos teriam atuação independente, mas usariam o mesmo operador financeiro, por isso foram reunidos na mesma investigação.

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"As equipes se depararam com fortes indícios de crimes em pelo menos cinco licitações que ocorreram nesses municípios. Trata-se de, em verdade, de dois grupos criminosos envolvendo empreiteiros, agentes públicos e políticos da região que se uniam com o intuito de direcionar as licitações, utilizar quantitativos a menor do que o previsto no contrato e, ao final, pulverizar os valores obtidos de forma ilícita entre os seus integrantes", explica o delegado.

Os investigados poderão responder, na medida de suas participações, pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, fraude ao caráter competitivo de procedimento licitatório, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas, somadas, podem chegar a 62 anos de reclusão.

O nome da operação faz referência à estrada Jaborandi, no município de Umuarama, obra que deu início à investigação e provocou um prejuízo estimado de R$ 180 mil, segundo a PF.

COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE UMUARAMA

Em nota, a Prefeitura de Umuarama disse que os policiais federais estiveram no Paço Municipal, no gabinete do Executivo e no setor de Licitações, e foram recebidos pelo prefeito em exercício Hermes Pimentel.

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"Pimentel acompanhou os investigadores no Gabinete e no setor de Licitações, fornecendo as informações solicitadas, e esclareceu que seu desconhecimento com relação às investigações se deve ao fato de não ter participado da gestão nos quatro primeiros anos do governo de Celso Pozzobom", diz o texto.

De acordo com a administração municipal, o prefeito em exercício recebeu a operação com 'surpresa' e espera que os fatos sob investigação sejam esclarecidos para 'recuperar a confiança na administração e dar tranquilidade à população'.

Veja registros da operação:

 Foto: Estadão
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