A Polícia Federal abriu nesta quinta-feira, 1º, a segunda fase da Operação Cianose com o objetivo de recuperar os valores desviados - quase R$ 49 milhões - na compra de respiradores pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste). O foco da PF é a execução de medidas de sequestro de bens dos investigados ordenadas pela Justiça Federal da Bahia.
Quando a primeira etapa da ofensiva foi aberta, em 2022, o Consórcio Nordeste declarou que foi “vítima de uma fraude por parte de empresários que receberam o pagamento e não entregaram os aparelhos”.
Agentes da PF foram às ruas nesta quinta em quatro Estados, dois anos após a primeira fase da investigação, para vasculhar 34 endereços. As diligências são cumpridas na Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo para apuração de supostos crimes licitatórios, desvio de recursos públicos, lavagem de capitais e organização criminosa.
A primeira etapa da Cianose foi aberta em 2022 para apurar supostas irregularidades na compra de 300 ventiladores pulmonares pelo Consórcio Nordeste durante a primeira onda da pandemia da covid-19. À época, a apuração tramitava no Superior Tribunal de Justiça, em razão de o então governador da Bahia, Rui Costa, hoje ministro-chefe da Casa Civil, ter seu nome citado nos autos.
A investigação se debruça sobre um suposto esquema envolvendo lobistas, empresários, agentes públicos e empresas que atuavam, principalmente, na Bahia e em São Paulo.
A assessoria de Rui Costa, na ocasião, indicou que a empresa se recusou a fornecer os bens contratados ou devolver o valor pago.
O acordo foi fechado em abril de 2020 e ficou definido pelos integrantes do Consórcio que cada Estado da região Nordeste receberia 30 equipamentos - com exceção da Bahia, que ficaria com 60 respiradores. O processo foi formalizado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, em um contrato de R$ 48.748.575,82, em valores da época.
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