A Polícia Federal prendeu sete integrantes de uma organização criminosa que realizava assaltos violentos a caminhoneiros em rodovias de São Paulo e fazia uso de bloqueadores de sinal para ‘blindar’ cativeiros. As prisões ocorreram nesta quarta, 17. Dois outros suspeitos estão foragidos.
A Operação Barrière reuniu 70 agentes da PF e da Polícia Militar Rodoviária do Estado, além de promotores do Gaeco - braço do Ministério Público estadual que combate o crime organizado.
Amparada em ordem da 1.ª Vara da Comarca de Barueri (Grande São Paulo), a força-tarefa fez buscas em 17 endereços em Campinas, Barueri e São Paulo.
Foram confiscados nove celulares e um notebook que serão periciados pelo Núcleo Técnico-Científico da Delegacia da PF em Campinas, base da operação.
Os sete detidos vão permanecer em regime de prisão temporária por 30 dias, prorrogáveis por mais 30.
A investigação que levou aos suspeitos de ataques a caminhoneiros foi aberta em abril pelo Grupo Especializado em Repressão a Crimes de Roubo de Cargas e Caminhões da Delegacia da PF em Campinas.
O ponto de partida da operação foi um roubo de carga planejado, mas não executado, na capital paulista.
A PF destaca que a quadrilha abordava veículos estacionados em áreas junto a postos de combustível para descanso dos motoristas. O ataque era violento. Fortemente armados, os assaltantes invadiam as cabines das carretas e dominavam as vítimas.
Em outros casos, os caminhoneiros eram atraídos por meio de aplicativos de contratação de frete. Sob ameaça de morte, eles eram amarrados em cativeiros em matagais próximos aos locais dos roubos.
Para isolar os cativeiros e dificultar a ação da polícia, a quadrilha usava o bloqueador Jammer, isolando a área. O Jammer é um mecanismo eletrônico projetado para bloquear ou interferir em sinais de comunicação.
Os assaltantes recebiam transferências de valores via PIX.
A PF informou que o nome da operação, Barrière, significa barreira em francês - referência à busca que faziam por barreiras policiais durante o trajeto com veículos roubados.
Segundo a força-tarefa, os suspeitos roubaram pelo menos 16 caminhões, furgões, motos e carretas entre maio e junho - nesse período, eles tentaram fazer mais sete assaltos.
Os federais destacaram que o grupo pode receber penas que, somadas, atingem 20 anos.