A Polícia Federal abriu na manhã desta quarta, 27, a 17ª etapa da Operação Lesa Pátria e prendeu preventivamente Aildo Lima, investigado por invadir o Supremo Tribunal Federal durante os atos golpistas de 8 de janeiro e fazer uma transmissão ao vivo do levante antidemocrático a partir da cadeira do ministro Alexandre de Moraes. O alvo foi capturado em São Paulo, assim como a investigada Basília Batista.
Agentes ainda procuram um outro alvo do Distrito Federal. Além disso, cumprem dez mandados de busca e apreensão em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre o 8 de janeiro no STF.
Permanente, a ofensiva apura supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Trata-se da primeira fase da ofensiva aberta após a condenação de três acusados como ‘executores’ da intentona antidemocrática - as primeiras condenações da história democrática do país por tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, crimes incluídos no Código Penal em setembro de 2021.
Relembre as fases da Operação Lesa Pátria
1ª fase: aberta em 20 de janeiro, com a prisão de cinco suspeitos de participação, incitação e financiamento nos atos golpistas, entre eles ‘Ramiro dos Caminhoneiros’, Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio.
2ª etapa: aberta em 23 de janeiro, com a prisão de Antônio Cláudio Alves Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico no Palácio do Planalto.
3ª etapa: aberta em 27 de janeiro, com a prisão de cinco investigados, entre elas Maria de Fátima Mendonça, de 67 anos, que viralizou ao dizer em um vídeo que ia ‘pegar o Xandão’.
4ª etapa: aberta em 3 de fevereiro, com a prisão de Márcio Furacão, que se filmou ao participar da invasão ao Palácio do Planalto, e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como ‘Homem do Tempo’, que fez vídeos subindo a rampa do Congresso Nacional e dentro do STF.
5ª etapa: aberta em 7 de fevereiro, com a prisão de quatro oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal foram presos suspeitos de convivência com os bolsonaristas radicais que invadiram os prédios do Planalto, Congresso e STF - entre eles o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, que era chefe do Departamento Operacional da corporação, setor responsável pelo planejamento da operação de segurança para o 8 de janeiro.
6ª etapa: aberta no dia 14 de fevereiro, com a prisão preventiva de seis radicais, e cumprimento de ordens de busca de 13 endereços de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Sergipe e São Paulo.
7ª etapa: aberta no dia 7 de março, com a prisão de três radicais: Edmar Miguel, o ‘Miguel da Laranja’ que se filmou subindo no teto do Congresso nacional durante a ofensiva antidemocrática; Kennedy de Oliveira Alves, que fez um vídeo enquanto invadia o prédio do Supremo Tribunal Federal; e a Aline Cristina Monteiro Roque, que também se gravou invadindo a Praça dos Três Poderes durante os atos golpistas.
8ª etapa: aberta em 17 de março, com o maior número de mandados - ao todo, 32 investigados tiveram prisão decretada. A PF prendeu golpistas como a mulher responsável por pichar a estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal com a frase ‘perdeu, mané’ e o homem que teria levado uma bola autografada pelo jogador Neymar da Câmara dos Deputados.
9ª etapa: Aberta no dia 23 de março, com a prisão de Claudio Mendes dos Santos, major da Polícia Militar do Distrito Federal da reserva suspeito de incitar os atos golpistas e de administrar recursos que financiaram ações antidemocráticas. Ele teria ensinado táticas de guerrilha para os bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília.
10ª etapa: aberta no dia 18 de abril, com a prisão de 13 pessoas, entre eles o tenente-coronel da reserva da Aeronáutica Euro Brasílico Vieira Magalhães; a professora Claudebir Beatriz da Silva Campos, suplente do PL na Assembleia Legislativa do Pará; e o empresário Leandro Muniz Ribeiro, que se candidatou a uma vaga na Assembleia Legislativa de Goiás pelo Democracia Cristã nas eleições 2022.
11ª etapa: aberta no dia 11 de maio, na mira de empresários, produtores rurais e pessoas com registro de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) que teriam financiado os atos golpistas. Durante as diligências, os investigadores apreenderam armas na casa de um só alvo, em Mato Grosso do Sul, e o equivalente a R$ 704 mil na residência de outro alvo, em Bauru.
12ª etapa: aberta no dia 23 de maio, na mira de investigados por suposta ‘omissão’ ante o 8 de janeiro. Um dos alvos foi o major Flávio Silvestre de Alencar, que já havia sido preso na 5ª etapa da Operação.
13ª etapa: aberta em 27 de junho, na mira do empresário Milton de Oliveira Júnior, que afirmou, em uma rádio: “Eu ajudei patriotas a irem para Brasília fazer protestos contra um governo ilegítimo. Eu não tenho medo da Justiça. Eu contribui. Mando os recibos do pix. Está lá, com o número do CPF”.
14ª etapa: Aberta no dia 14 de agosto, para prender dez investigados - entre influenciadores, um pastor e uma cantora gospel - por fomento aos atos de 8 de janeiro. A ofensiva mirou supostos incitadores da ‘Festa da Selma’, codinome usado para se referir à intentona que deixou um rastro de destruição na Praça dos Três Poderes.
15ª etapa: aberta no dia 29 de agosto, para vasculhar dois endereços do deputado estadual de Goiás Amauri Ribeiro (União Brasil) que, em sessão da Casa Legislativa em junho, afirmou ter ‘ajudado a bancar’ acampamento golpista montado em frente a quartel do Exército.
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