A Polícia Federal (PF) definiu uma nova data para o depoimento do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na eleição. Ele será ouvido na próxima segunda-feira, 8, às 14h30.
O primeiro depoimento foi adiado a pedido da defesa. Os advogados apresentaram um laudo psiquiátrico e alegaram que o ex-ministro não estava em condições de responder aos questionamentos.
A investigação é conduzida pelo delegado Flávio Reis. Ele apura se houve uma tentativa de usar a PRF para dificultar o deslocamento de eleitores em redutos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobretudo no Nordeste.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou a PF remarcar o depoimento depois que o Governo do Distrito Federal descartou transferir Anderson Torres para o hospital penitenciário. A avaliação foi que o ex-ministro está em ‘bom estado geral’, mas reconheceu que o quadro ‘exige acompanhamento frequente’.
Moraes afirmou que Torres foi ‘devidamente avaliado’ por uma médica e teve os remédios ajustados. O despacho reconhece que o ex-ministro não é obrigado a responder as perguntas e pode ficar em silêncio se preferir.
“Oficie-se a Direção do estabelecimento prisional onde Anderson Gustavo Torres encontra-se para que providencie as condições necessárias para a realização de sua oitiva, inclusive mediante escolta policial para o deslocamento”, escreveu Moraes.
Anderson Torres está preso preventivamente há mais de 100 dias na investigação sobre o papel de autoridades nos protestos golpistas de 8 de janeiro.
A defesa pediu novamente nesta quarta que ele seja colocado em liberdade provisória. Na última avaliação médica, em 1º de maio, a psiquiatra prescreveu antidepressivo, ansiolítico e antipsicóticos ao ex-ministro. O laudo cita ‘fortes crises ansiosas’. A médica também menciona um quadro depressivo grave e de estresse pós-traumático.
Ele já prestou dois depoimentos desde que foi preso. O primeiro, conduzido pela Polícia Federal, foi sobre os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes e durou dez horas. O segundo interrogatório, sobre a minuta golpista apreendida na casa dele, foi requisitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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