A Polícia Federal (PF) investiga um contrato de R$ 1,3 milhão fechado sem licitação pela Secretaria de Saúde do Acre para comprar máscaras na pandemia de covid-19. O prejuízo é calculado em mais de R$ 2 milhões, em valores atualizados.
Os policiais fizeram buscas em seis endereços comerciais e residenciais ligados aos investigados em Manaus, Rio Branco e São Paulo.
O contrato foi assinado pelo ex-secretário Alysson Bestene (PP), candidato a vice-prefeito de Rio Branco na chapa de Tião Bocalom (PL). O Estadão busca contato com a defesa do ex-secretário.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que, durante a investigação, entregou documentos solicitados pela PF, como notas de empenho, notas fiscais e o recibo de entrega dos equipamentos.
“Consciente da lisura e da responsabilidade com os recursos públicos e da necessidade urgente de salvar vidas durante a pandemia da covid-19, o governo do Estado reafirma seu compromisso com a sociedade acreana, bem como com a justiça, estando à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários”, diz o texto.
A Polícia Federal suspeita de um “conluio” entre empresários e servidores públicos para direcionar o contrato por meio da combinação de preços.
“Além da fraude ao caráter competitivo da licitação e da lavagem de dinheiro, há suspeitas de que a maior parte das 500 mil máscaras adquiridas e pagas acabou não sendo entregue ao Estado do Acre”, diz um comunicado divulgado pela PF.
Os investigados poderão responder judicialmente pelos crimes de falsidade ideológica, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.
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