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PF vê ‘envolvimento direto’ do deputado Junior Mano em desvio de emendas para compra de votos no CE

Investigação impulsionada pelo depoimento revelador da ex-prefeita de Canindé Rosário Ximenes mapeia corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro em pelo menos 51 cidades cearenses nas quais parlamentar teria exercido forte influência ao lado do prefeito eleito de Choró, o ‘Bebeto do Choró’ - foragido da Justiça-, supostamente ligado à facção do crime organizado; Estadão busca contato com defesas

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Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Atualização:

Ao pedir a remessa, ao Supremo Tribunal Federal, da investigação que descobriu áudios do prefeito de Choró Carlos Alberto Queiroz, o ‘Bebeto do Choró’ - município de 12 mil habitantes a 185 quilômetros de Fortaleza, capital do Ceará -, a Polícia Federal apontou indícios de que o deputado Júnior Elmano (ex-PL) “estaria diretamente envolvido no desvio de emendas parlamentares, utilizados para alimentar o esquema (de compra de votos) e consolidar sua base de apoio político”.

O prefeito eleito de Choró Carlos Alberto Queiroz e o deputado Júnior Mano Foto: Instagram/Reprodução

Segundo os investigadores, o parlamentar “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso” supostamente liderado por seu apadrinhado Bebeto do Choró – atualmente foragido da Justiça.

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O inquérito sobre a suposta compra de votos apura um esquema que envolveria mais de 51 prefeituras, com a lavagem de dinheiro de emendas parlamentares. As suspeitas que recaem sobre o deputado e o prefeito eleito de Choró tiveram início com o depoimento da então prefeita de Canindé, Maria do Rosário Araújo Pedrosa Ximenes que buscou o MP, em pleno período eleitoral, para denunciar Bebeto.

Segundo a denúncia que aportou na Promotoria Eleitoral, ‘Bebeto’ “enviaria dinheiro para outras prefeituras, cerca de 51, e teria para gastar nas eleições mais de R$ 58 milhões”. Maria do Rosário alegou ainda que o então candidato à prefeitura de Choró “financiaria carro, gasolina, brindes, compra de votos; que esses financiamentos são em troca da prefeitura, pois já foi vendido a iluminação pública, o lixo, os transportes, com doação de veículos em troca de votos”.

A prefeita alegou ao Ministério Público que “o deputado concede as emendas, manda para ele (Bebeto de Choró) e ele lava”. “A lavagem consiste em contatar o gestor, oferecendo como exemplo um milhão com retorno de quinze por cento para ele”, registrou trecho do depoimento que a prefeita de Canindé prestou à Promotoria no início da investigação.

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O pedido de remessa dos autos ao STF foi acolhido pelo juiz Flavio Vinicius Bastos Sousa, da 3ª Zona Eleitoral do Ceará. Agora, o processo está no gabinete do ministro Gilmar Mendes.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO

A reportagem contatou por e-mail a assessoria do parlamentar. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, O PREFEITO

A reportagem busca contato com ‘Bebeto do Choró'. O espaço está aberto para manifestações.

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