PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Portaria assinada por Dino pode barrar Anderson Torres no governo do DF

PUBLICIDADE

Foto do author Davi Medeiros
Foto do author Rayssa Motta

Uma portaria publicada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva pode barrar o ex-ministro da Justiça Anderson Torres como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, cargo para o qual foi nomeado após a derrota de Jair Bolsonaro. O ato, assinado pelo seu sucessor, Flávio Dino, foi publicado na edição desta quinta-feira, 5, do Diário Oficial da União.

PUBLICIDADE

Segundo a portaria, servidores vinculados ao ministério que estejam respondendo a processos administrativos, inquéritos policiais ou ações penais e de improbidade não podem ser cedidos a outros órgãos públicos - no caso de Torres, à Secretaria de Segurança Pública do DF.

"Fica vedada a cessão de servidores vinculados ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que estejam respondendo a processo administrativo disciplinar, inquérito policial, ação penal ou por improbidade administrativa", diz o ato assinado por Dino.

Questionado sobre por que esses critérios foram escolhidos neste momento, o Ministério da Justiça afirmou os requisitos são "fundamentais para o trabalho".

Publicidade

"É melhor que o servidor que responda a processo esteja no Ministério, sua origem, do que em outro órgão", justificou a pasta. "É uma questão de organização para saber quantos servidores cedidos a pasta tem e com quantos pode contar em caso de necessidade."

Anderson Torres antecedeu Flávio Dino no Ministério da Justiça. Fotos: Valter Campanato/Agência Brasil e Marcos Corrêa/PR  Foto: Estadão

Torres é investigado no inquérito sobre a transmissão ao vivo em que Bolsonaro espalhou mentiras a respeito do processo eleitoral. Na live, o ex-presidente disse, sem provas, que haveria fraudes e manipulação de votos nas urnas eletrônicas. Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal apontou participação do então ministro na "difusão de informações sabidamente falsas".

Delegado da Polícia Federal, órgão que compõe a estrutura administrativa do Ministério da Justiça, Torres foi nomeado pelo governador Ibaneis Rocha como secretário de Segurança do DF na última segunda-feira, 2. Ele já havia ocupado o cargo entre o início de 2019 e abril de 2021, antes de se tornar ministro de Bolsonaro.

 Foto: Estadão

Atualização cadastral

Mesmo já nomeado para a Secretaria de Segurança Pública do DF, Torres terá de passar pelo crivo de Dino, que poderá barrá-lo de exercer o cargo à luz da nova portaria. O texto determina a atualização cadastral de "todos os servidores públicos federais vinculados ao Ministério da Justiça que estejam cedidos para outros órgãos e entidades da União, dos demais entes federados ou para a iniciativa privada".

Publicidade

Órgãos que, nesta quinta-feira, tiverem servidores do Ministério da Justiça em seus quadros devem encaminhar ofício ao ministro Flávio Dino reiterando o interesse na manutenção do servidor.

O pedido de renovação da cessão poderá ser deferido ou indeferido pelo ministro.

O Estadão tentou contato com Anderson Torres e com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, mas não teve retorno. O espaço está aberto para manifestação.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.