Ao pedir autorização para viajar aos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal os convites para dois bailes além da posse de Donald Trump: o ‘Starlight’, organizado pelo comitê de posse do presidente dos EUA; e o baile oficial de Posse hispânico, “que reconhece o papel fundamental dos hispânicos na América” e conta com “recepção vip”. Bolsonaro quer ficar nos EUA entre os dias 17 e 22 de janeiro.
Os convites constam na documentação que a defesa de Bolsonaro enviou ao Supremo para pedir a liberação do passaporte do ex-presidente – documento apreendido no bojo da investigação que levou ao indiciamento do ex-chefe do Executivo pelo crime de golpe de Estado.
O baile ‘Starlight’ é citado no mesmo e-mail que convida Bolsonaro para a posse de Trump, faz parte do cronograma de eventos do comitê do presidente dos EUA. Já o convite para o baile hispânico veio à parte, já que é dado pelo “Comitê Oficial Hispânico”.
No e-mail encaminhado ao STF não há informações sobre o baile ‘Starlight’, assim como na página oficial sobre a posse de Trump. O baile, no entanto, uma tradição no cronograma da posse de presidentes dos Estados Unidos – a qual nasceu em 1809.
O ministro Alexandre de Moraes não reconheceu o e-mail como um “documento oficial”, já que ele foi enviado “por um endereço não identificado, sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado”. Neste sábado, 11, relator do inquérito da tentativa de golpe de Estado determinou que a defesa mostre o “documento oficial, que efetivamente comprove” o convite feito ao ex-presidente.
Já o convite para o ‘baile hispânico’, mais elaborado, traz detalhes sobre quem deve comparecer ao evento. O documento cita uma “impressionante lista de figuras ilustres, incluindo o senador Ted Cruz, o senador eleito Bernie Moreno, líderes do Congresso e líderes de todas as Américas, do Caribe e da Espanha”.
O evento ainda deve contar com uma homenagem ao próximo Secretário de Estado dos EUA, o Senador Marco Rubio. O baile vai ocorrer antes da posse de Trump, no dia 18 de janeiro, em um hotel. A organização ainda cita uma “recepção VIP” antes do baile para “proporcionar um ambiente intimista entres os titãs”.
Como mostrou o Estadão, as relações políticas de Rubio mostram que ele está próximo do discurso bolsonarista – por exemplo, ele acusou o governo de censura quando o X (antigo Twitter) foi derrubado, pelo Supremo Tribunal Federal, em razão do descumprimento de ordens judiciais e falta de representação no País.
