Ubiratan Antonio da Cunha, presidente afastado da empresa de transporte UPBus, conseguiu autorização da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital para deixar a prisão e permanecer em regime domiciliar. A decisão foi publicada nesta quinta-feira, 1º, no Diário de Justiça Eletrônico (DJE). Cunha é um dos principais alvos da Operação Fim da Linha, que investiga suposta atuação das empresas UPBus e Transwolff na lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
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De acordo com a decisão judicial, Cunha não pode manter contato com funcionários da empresa de transporte e demais investigados. “Proibição absoluta de contato com funcionários da UPBus, entendidos em sentido amplo (abrangendo, prestadores terceiros, portadores, etc.) e proibição de manter contato com os outros corréus e testemunhas”, diz o despacho judicial. Cunha foi capturado por agentes da 2ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (DEIC) no dia 16 de julho deste ano.
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que requereu a prisão naquele momento, o dirigente afastado da UPBus “afrontou decisão judicial” que lhe impôs uma série de medidas cautelares na operação, como a proibição de frequentar a sede da empresa.
Ainda segundo a publicação judicial, Cunha poderá deixa sua casa para consultas médicas até o fim de setembro. “Por fim, considerando o período de oito semanas indicado no relatório médico para recuperação parcial, a proibição de se ausentar da residência fica excepcionada para tratamento e consultas médicas e fisioterápicas (do próprio réu), previamente agendadas ou urgente, devidamente documentadas, no horário e pela rota exclusivamente destinada a tal finalidade, até o dia 30 de setembro de 2024. Após essa data, restabelece-se o recolhimento domiciliar absoluto, somente podendo se ausentar com prévia e expressa autorização do juízo, exigência que também se aplica às saídas para outras finalidades, a qualquer tempo”, determinou a Justiça.
Cunha é réu por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na denúncia, o Ministério Público de São Paulo narra como o PCC se “infiltrou” no setor de transportes, controlando empresas do setor por meio de uma rede de laranjas e empresas fantasma. As UPBus e a Transwolff juntas transportam em média 16,68 milhões de passageiros por mês em São Paulo. São 15 milhões pela Transwolff e 1,68 milhão pela UPBus. No ano passado, a Prefeitura de São Paulo repassou R$ 748 milhões recursos do sistema de transporte para a Transwolff, que tem 1111 ônibus na zona sul, e R$ 81,8 milhões para a UPBus, com seus 138 ônibus na zona leste.
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