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O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa morreu neste sábado, 13, aos 68 anos, no Rio. Costa foi o primeiro delator da Operação Lava Jato. Condenado a 12 anos de prisão, ele pôde cumprir parte da pena em regime domiciliar e parte em regime semiaberto. De acordo com fontes próximas ao ex-executivo da estatal petrolífera, a morte foi consequência de um câncer de pâncreas.
Na Petrobras, Costa foi acusado de causar prejuízos bilionários em obras superfaturadas de refinarias, como a Abreu Lima (Rnest), em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), até hoje inacabadas.
Quando firmou seu acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, Costa se comprometeu a devolver R$ 79 milhões. Eram recursos gerados por corrupção em negócios da petroleira, que mantinha em dólar, em contas no exterior. Sua delação atingiu o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) e a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, além de outros políticos (veja vídeos abaixo).
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Costa foi preso no dia 20 de março de 2014, ainda na segunda fase da Lava Jato. Na ocasião, ele foi detido sob suspeita de destruir e ocultar documentos do esquema de corrupção na Petrobras. Em depoimentos, ele relatou que cada grande contrato da estatal correspondia a propinas de até 3% de seus valores. A partilha, segundo Costa, envolvia repasses a partidos como PT, PP e MDB.
Na época, a Polícia Federal afirmou que o doleiro Alberto Youssef, também alvo da Lava Jato, teria pago R$ 7,9 milhões em propinas para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás entre 2011 e 2012. Os pagamentos, segundo a PF, estavam relacionados a obras da refinaria Abreu e Lima, licitada pela estatal.
Em abril de 2015, a Justiça Federal condenou Costa pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro oriundo de desvios de recursos públicos na construção de Abreu e Lima. Youssef também foi sentenciado.
O ex-executivo era funcionário de carreira da Petrobras, onde entrou por concurso público em 1977, e passou a exercer cargos de chefia na década de 1990. Diretor indicado para a Petrobras pelo antigo PP (hoje Progressistas), em 2004, Costa ficou na companhia até a entrada de Graça Foster no comando da empresa, em 2012, quando foi demitido na tentativa da estatal de dissociar a influência política da empresa.
Conhecido por ser animado e falante, o ex-diretor se afastou dos holofotes após a prisão e não exercia diretamente nenhuma atividade pública.