O Ministério Público de São Paulo denunciou 25 pessoas por suspeita de envolvimento com a exploração ilegal de ferros-velhos e empresas de reciclagens do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O principal denunciado é Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Leo do Moinho, acusado de ser o chefe do tráfico de drogas nos hotéis do centro de São Paulo e “dono” da Favela do Moinho, que segundo os promotores se tornou o QG de todo o “ecossistema criminoso” da facção na região central da cidade.
Os irmãos dele, Alberto Monteiro Moja e Jefferson Francisco Moja Teixeira, também foram denunciados.
O grupo é acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro, receptação qualificada, crimes ambientais e exercício de atividade comercial sem licença.
O MP detalha na denúncia como o PCC montou uma rede de galpões de reciclagem e ferros-velhos para receptar objetos furtados e roubados no centro, especialmente fios de cobre.
O esquema funcionou com a exploração clandestina da mão de obra de moradores da Cracolândia. Segundo a investigação, eles trabalhavam em condições degradantes e eram pagos com bebidas e drogas.
“Os denunciados constituíram organização criminosa para explorar os ferros-velhos e recicladoras que constituem objeto da presente denúncia, de forma ilegal, em flagrante violação à legislação ambiental, sanitária, tributária, trabalhista, cujos produtos e proveitos destas atividades possibilitaram a violação em escala dos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade, notadamente dos adictos”, diz um trecho da denúncia.
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Veja todos os denunciados:
- Leonardo Monteiro Moja, dono do Ferro Velho Moinho;
- Alberto Monteiro Moja, dono do Ferro Velho Moinho;
- Jefferson Francisco Moja Teixeira, dono do Ferro Velho Moinho;
- José Beserra de Souza, dono da JB Reciclagem;
- José Carlos da Costa, dono da JB Reciclagem;
- Márcio Amim Damasceno Chalhoub, dono da Amim Reciclagem;
- Silviane Santos Beserra De Sousa, sócia da JB Reciclagem;
- Igor Borges Soares, dono da IBS Reciclagem e da PH Reciclagem;
- Vicente Giamundo Neto, proprietário da Careca Reciclagens;
- Emerson Giamundo, proprietário da Careca Reciclagens e da Aparas Giamundo;
- Anderson Anielo Giamundo, proprietário da Careca Reciclagens, da G&C Reciclagens e da A&A Comércio de Recicláveis;
- Jefferson Giamundo, proprietário da Careca Reciclagens e da JG Reciclagem;
- Aline Fatima de Almeida, dona da G&C Reciclagens;
- Alexandre Lopes Villena, sócio da empresa Aparas Ary Villena;
- Antonio Lopes Villena Neto, sócio da empresa Aparas Ary Villena;
- Wilson Mariano da Silva, dono na Minas Reciclagem;
- Cláudio Henrique da Silva, dono na Minas Reciclagem;
- Clayton Roberto da Silva, dono na Minas Reciclagem;
- Marcelo Adriano da Silva, dono na Minas Reciclagem;
- Rodrigo Manuel Ferreira Coelho, proprietário da RMF Coelho Reciclagem;
- Marcello Rodrigues da Silva, dono da Geral Sucatas;
- José Marques Pereira da Silva, foi sócio da Geral Sucatas;
- Marileuza Santos, dona da JMM Sucatas;
- Luiz Carlos dos Santos, dono da CM Reciclagem;
- Adeilde de Oliveira, proprietária da ADO Reciclagem.
Essa é mais uma denúncia derivada da Operação Salus et Dignitas (Segurança e Dignidade). A investigação é conduzida pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de São Paulo.
Outras três denúncias oferecidas na esteira da investigação já foram aceitas pela Justiça. A primeira envolve guardas civis metropolitanos acusados de formar uma milícia para extorquir comerciantes na região da Cracolândia. A segunda é sobre o comércio ilegal de armas no centro de São Paulo e também cita os guardas. A terceira avança sobre as operações do PCC na Favela do Moinho.
COM A PALAVRA, AS DEFESAS
A reportagem busca contato com as defesas das empresas e dos denunciados. O espaço está aberto para manifestação (rayssa.motta@estadao.com, marcelo. godoy@estadao.com e fausto.macedo@estadao.com).
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