Preso em flagrante no Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro, o bolsonarista Claudinei Pego da Silva tentou se enforcar usando uma camisa no sábado, 9, no Complexo da Papuda, em Brasília. Ele foi contido por agentes do presídio, passou por exames médicos no hospital de São Sebastião e retornou à penitenciária no mesmo dia. Segundo o diretor da Papuda, o ‘réu não sofreu nenhuma lesão’.
As informações foram divulgadas pelo Supremo Tribunal Federal em nota nesta terça, 12. Segundo a Corte, o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações do 8 de janeiro, entrou em contato com o diretor da Papuda assim que tomou conhecimento da tentativa de suicídio de Claudinei, que é réu em uma das ações criminais por participação nos atos golpistas.
No final de novembro, Moraes manteve o decreto de prisão preventiva de Claudinei. O ministro negou um pedido da defesa em agosto. Os advogados do acusado argumentaram que não havia fatos novos que justificassem a manutenção da custódia.
Em nota, o STF afirmou que ‘em nenhum momento foi apontada pela defesa questão de saúde e não há nenhum registro nos autos sobre qualquer comorbidade’.
A Corte destacou que, dos autos da ação penal a que o réu responde, é possível verificar sua ‘participação ativa e o engajamento’ nos atos de 8 de janeiro, ‘com a conclamação para pessoas comparecerem a Brasília para os atos antidemocráticos’.
“Há ainda fotos e vídeos do réu durante a invasão da Praça dos Três Poderes, além de relatos de toda a dinâmica criminosa, com o registro, inclusive, da comemoração dos invasores durante o ato”, registra o STF.
A nota do Tribunal menciona que Claudinei apresenta ‘diversos registros policiais e judiciais, como posse irregular de arma de fogo, ameaça, dano, além de violência doméstica’.
Segundo o STF, tais fatos foram considerados para a manutenção da prisão preventiva de Claudinei.
As acusações a Claudinei Pego da Silva serão analisadas pelo STF em sessão virtual que tem previsão para começar no próximo dia 15. O julgamento deve durar todo o recesso judiciário, sendo finalizado somente no dia 5 de fevereiro, quando a Corte inicia os trabalhos do Ano Judiciário de 2024. O processo de Claudinei é um dos 30 que a Corte deve julgar em tal período.
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