O novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, mudou quase toda a cúpula da corporação nesta quarta-feira, 6, em seu segundo dia no cargo, mas manteve Igor Romário de Souza no comando da Diretoria de Combate ao Crime Organizado.
O delegado foi 'blindado' por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após as revelações do ex-ministro Sérgio Moro sobre tentativa de 'interferência política' de Bolsonaro na corporação.
Moraes determinou que o delegado fosse mantido nas investigações sobre 'fake news' e financiamento de atos antidemocráticos, cujos inquéritos estão sob sua relatoria.
Nas mudanças promovidas por Rolando, Romário de Paula permaneceu no comando da Diretoria de Combate ao Crime Organizado, órgão a qual está atrelado o Serviço de Inquéritos Especiais que conduz investigações de competências do Supremo.
As demais mudanças promovidas por Rolando incluem o deslocamento do ex-superintendente do Rio de Janeiro, Carlos Henrique de Oliveira, que se torna o 'número dois' da PF ao assumir a direção executiva. A nomeação do delegado foi vista como 'estratégica' para mudar o comando da Polícia Federal fluminense, foco de interesse da família Bolsonaro. O governo, inclusive, deverá explicar as razões para a troca de comando perante a Justiça.
Oliveira também será ouvido no inquérito que apura as acusações do ex-ministro Sérgio Moro contra Bolsonaro - o delegado é personagem de atrito entre o ex-ministro e o presidente sobre mudanças na chefia da superintendência do Rio de Janeiro, em agosto do ano passado.
Outra mudança de comando regional será realizada no Rio Grande do Sul, com a promoção do delegado Alexandre Isbarrola para a chefia da Diretoria de Inteligência da PF. Ele era o superintendente regional da corporação no sul do País.
A diretoria Técnico-Científica ficará com o perito federal Alan de Oliveira Lopes, que deixa o cargo de assessor especial do Ministério da Infraestrutura - posto que ocupava desde 2019. Lopes foi o responsável pela perícia na pista de pouso e decolagem do Aeroporto de Congonhas após o acidente do voo 3054 da TAM, em 2007. Ele é professor da Academia Nacional de Polícia.
A Corregedoria-Geral ficará a cargo de João Vianey Xavier Filho, a Diretoria de Administração e Logística Policial será dirigida por André Viana Andrade.
Sob comando da Diretoria de Gestão de Pessoal ficará a ex-superintendente do Tocantins, delegada Cecília Franco, que deixará o comando da regional.
A Diretoria de Tecnologia da Informação e Inovação permanece com Willian Marcel Murad.
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