SÃO PAULO — O chefe da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, atribuiu o assassinato a tiros de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach dentro do Aeroporto de Guarulhos, nesta sexta-feira, 8, a grupos com “características mafiosas”. Ao Estadão, neste sábado, 9, ele afirmou que o governo atua por uma nova legislação antimáfia, o que enquadraria organizações criminosas como Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com Sarrubbo, o Ministério da Justiça e Segurança Pública trabalha “numa proposta de legislação antimáfia, focando em alguns novos tipos penais, bem como em medidas cautelares mais eficazes na recuperação de ativos e aprimoramento da governança”.
Sarrubbo, que ocupou cargo de procurador-geral de Justiça (PGJ) em São Paulo entre abril de 2020 e fevereiro deste ano, afirmou ainda que a gestão tem projetos para criação de um Centro de Inteligência Nacional “que possa conectar o sistema de inteligência e produzir informações e ações policiais integradas em todo o País”. Há ainda previsão de um centro de inteligência para atuação nas fronteiras do Brasil, que são utilizadas por criminosos para transporte de drogas.
O empresário Gritzbach estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do PCC, envolvendo os negócios da facção paulista na região do Tatuapé, na zona leste paulistana. Ele foi morto com diversos tiros na tarde de sexta por dois homens encapuzados que estavam com fuzis.
Sarrubbo disse ainda que o crime, “praticado à luz do dia, num dos maiores aeroportos da América Latina, é uma clara demonstração da importância de o Estado brasileiro encontrar caminhos mais estratégicos para o enfrentamento desses grupos com características mafiosas”. O secretário, em um primeiro momento, avalia a ação como “ousada” e, em princípio, “por vingança para impedir uma delação mais profunda de réu-colaborador do Ministério Público”.
Atualmente, o Brasil tem duas redes focadas no combate às organizações criminosas. São elas: Rede Nacional de Combate às Organizações Criminosas (Renorcrim) e a Rede de Recuperação de Ativos (Recupera). “Atuam fortemente no fomento e financiamento de ações policiais integradas em todo o Brasil, com foco também na lavagem de dinheiro e apreensão de bens”, avalia Sarrubbo.
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