O atual procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, foi o primeiro colocado na eleição interna que definiu a lista tríplice para o governador Rodrigo Garcia (PSDB) escolher o nome que vai comandar o Ministério Público do Estado no biênio 2022-2024. Em busca da recondução, Sarrubbo obteve 1385 votos, a maior votação da história.
"É uma vitória que consagra um trabalho de modernização da instituição. Um Ministério Público que teve a sua proa voltada para o novo século, para o século 21, um Ministério Público que se digitalizou. Mais estratégico, mais resolutivo e muito mais próximo do seu perfil constitucional de 1988, atuando com muita ênfase nas mais variadas missões que a carta constitucional lhe deu", afirmou Sarrubbo após o resultado da eleição.
"Nós aperfeiçoamos o trabalho de combate ao crime, mas aperfeiçoamos também o trabalho, notadamente em função da pandemia, na área dos direitos sociais: na defesa da vida, da saúde, da edução e em todos os outros aspectos dos direitos sociais da população brasileira", acrescentou.
Os procuradores Marcos Hideki Ihara e Fabio Tebecherani Kalaf receberam 301 e 242 votos, respectivamente. Ambos são aliados do atual procurador-geral, o que faz desta eleição uma das mais tranquilas do MP-SP.
A votação ficou aberta ao longo do sábado, 9, exclusivamente pelo sistema interno ou por aplicativo de celular. Como a eleição é eletrônica, o resultado saiu poucos minutos após o fim do processo.
O procurador-geral em exercício, João Machado de Araújo Neto, que substituiu Sarrubbo desde que ele se afastou para disputar a eleição, deve levar a lista no domingo ao governador, que tem 15 dias para decidir. Se não o fizer, o mais votado assume automaticamente o comando da instituição.
O chefe do Executivo pode nomear qualquer um dos três concorrentes, independente da colocação na eleição. A expectativa, no entanto, é que o Palácio dos Bandeirantes opte pela recondução. Isso porque Sarrubbo foi indicado pela primeira vez pelo então governador João Doria (PSDB), de quem Rodrigo Garcia foi vice e herdou a faixa.
Como mostrou o Estadão, depois de uma sequência de eleições marcadas por embates acirrados, a oposição abriu mão de uma candidatura, enquanto aguarda o próximo ciclo político. O procurador aposentado Ricardo Prado Pires de Campos, presidente da associação Ministério Público Democrático (MPD), lembra que o nome em busca da reeleição, em geral, sai na frente.
"Quando você tem um candidato forte concorrendo à reeleição, pode não ser interessante para a oposição arriscar seus melhores quadros. As chances, num futuro próximo, podem ser melhores do que nesse momento. A oposição conquistou um espaço importante no Conselho Superior do MP, pode estar esperando uma oportunidade melhor para concorrer à Procuradoria", avalia.
Procuradores ouvidos pelo blog nos últimos dias foram unânimes ao afirmar que Sarrubbo soube conduzir o Ministério Público de São Paulo com aptidão para o diálogo. A abertura para debater propostas é considerada um de seus pontos mais fortes.
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