O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques chegou a Brasília na tarde desta quarta-feira, 8, após ser preso preventivamente em Florianópolis na Operação Constituição Cidadã. Ele é suspeito de instrumentalizar a corporação para favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição.
Silvinei foi transferido em uma avião da Polícia Federal para a superintendência da PF em Brasília. Uma audiência de custódia está prevista para analisar a legalidade da prisão e, se o mandado for mantido, ele deve ser transferido ao sistema prisional.
O ex-diretor da PRF desembarcou na capital federal sem algemas, vestindo uma camisa preta. A prisão preventiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e não tem prazo para terminar. A decisão atribui condutas “gravíssimas” a Silvinei, que sempre negou interferência nas eleições.
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O ex-diretor da PRF se aposentou em dezembro do ano passado, aos 47 anos e no apagar das luzes do governo Jair Bolsonaro, em meio a uma série de investigações sobre sua atuação. Ele chegou a usar as redes sociais para pedir votos ao ex-presidente no segundo turno.
Ao pedir a prisão, a PF argumentou que ela evitaria eventual pressão de Silvinei sobre ex-superintendentes da PRF no Nordeste, previstos para serem ouvidos na investigação.
Em junho, ex-diretor da PRF prestou depoimento à CPMI do 8 de Janeiro sobre as operações da eleição e negou ter usado o cargo para beneficiar Bolsonaro. Ele afirmou que a ação da corporação foi mais intensa no Nordeste porque a estrutura da Polícia Rodoviária Federal é maior na região. Também disse ser vítima de uma “perseguição” e alvo da “maior injustiça da história”.
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