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Sob gestão de Salomão, Corregedoria investiga juízes por corrupção a assédio sexual

Desde que ministro Luís Felipe Salomão assumiu o cargo de corregedor nacional de Justiça já foram instaurados cinco processos administrativos envolvendo um único magistrado, da Justiça Federal em Mato Grosso, sob suspeita de participação oculta em empresas de mineração, construção civil, ligação com cassino, advocacia e hotelaria

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Três reclamações disciplinares e um pedido de revisão de Marcelo Bretas estão na pauta do plenário presencial do CNJ desta terça, 28 ( Foto: Rômulo Serpa/Agência CNJ)

Nos primeiros meses sob a gestão do ministro Luís Felipe Salomão, a Corregedoria Nacional de Justiça abriu investigações contra quatro juízes por suspeita de crimes que variam de corrupção a assédio sexual. Um deles, alvo de cinco processos administrativos disciplinares, é acusado de participação oculta em empresas de mineração, construção civil, atividade de cassino, advocacia e hotelaria. Outro, na mira de revisão disciplinar, teria expedido decisão soltando o filho da prisão, sem pagamento de fiança.

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Os detalhes constam de relatório apresentado pela Corregedoria durante reunião nesta segunda-feira, 19. No documento, também é citado o caso do juiz do Trabalho Marcos Scalerio, acusado de assédio sexual. O magistrado é investigado por supostos 'atos atentatórios à dignidade sexual' de alunas e servidora do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, 'em condutas de assédio e importunação sexual, em ambiente público e privado'.

O protagonista da lista de julgamentos realizados pela Corregedoria Nacional de Justiça no segundo semestre é o juiz Raphael Casella de Almeida Carvalho, da Justiça Federal de Mato Grosso. No último dia 6, o Conselho Nacional de Justiça determinou a abertura de cinco procedimentos contra o magistrado, três deles ligados à suposta participação oculta em sociedades comerciais.

Quando Raphael entrou na mira da Corregedoria, o ministro Luis Felipe Salomão apontou 'robustos os indícios' de que o juiz seria sócio administrador de um hotel chamado Montecarlo, conduta vedada pela Lei Orgânica da Magistratura. O corregedor ainda indicou a suspeita de que haveria 'jogo ilegal' envolvido.

O Ministério Público Federal atribui ao juiz federal supostos crimes de falsidade ideológica, corrupção, exploração de prestígio e improbidade administrativa, além de delitos contra o sistema financeiro nacional, contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro.

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Entre as investigações abertas nos primeiros meses de gestão de Salomão na Corregedoria já ainda uma revisão disciplinar contra o juiz Noé Pacheco de Carvalho, do Tribunal de Justiça do Piauí. O magistrado havia sido punido com censura por ter concedido liberdade provisória, sem cobrança de fiança, ao próprio filho.

O CNJ entendeu que a conduta do magistrado 'maculou de forma grave a imagem do Poder Judiciário'. A avaliação do colegiado foi a de que a imposição de censura ao juiz seria 'aparentemente insuficiente e desproporcional em relação à gravidade do fato'. Assim, foi aberto um procedimento para verificar a adequação e proporcionalidade da primeira pena aplicada à Noé Pacheco de Carvalho.

Outro magistrado que entrou na mira da Corregedoria é o juiz João Bosco Costa Soares da Silva, da Justiça Federal do Amapá. Ele foi afastado do cargo até o julgamento de um processo administrativo disciplinar que investiga o magistrado por suposta prevaricação.

Segundo o corregedor-nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, há indícios de favorecimento, em decisão do magistrado, a um ex-superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Estado (Dnit).

Na mesma ocasião em que foi aprovado o afastamento do juiz, o Plenário do Conselho determinou a instauração de um segundo PAD contra João Bosco Costa Soares da Silva para apurar suposta 'linguagem inadequada' em ofício enviado à Corregedoria Regional da 1ª Região e à Procuradoria Regional da República da 1ª Região.

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COM A PALAVRA, OS MAGISTRADOS

A reportagem busca contato com os juízes. O espaço está aberto para manifestações.

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