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STF retoma julgamento de queixa-crime de Bolsonaro contra Janones por ‘ladrãozinho de joias’

Caso voltou à pauta após pedido de vista de Flávio Dino; placar está em 3 a 1 pela abertura de ação penal sobre a conduta do deputado

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Foto do author Pepita Ortega
Atualização:
André Janones e Jair Bolsonaro Foto: Gilmar Félix / Câmara dos Deputados e Wilton Junior / Estadão

O Supremo Tribunal Federal retomou nesta sexta-feira, 7, o julgamento da queixa-crime que o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou contra o deputado André Janones (Avante-MG) que o chamou de ‘miliciano, ladrãozinho de jóias, bandido fujão, assassino’. O placar está em 3 votos a 1 pela abertura de ação penal sobre suposto crime de injúria atribuído a Janones.

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O caso voltou à pauta do Plenário virtual após um pedido de vista - mais tempo para análise - do ministro Flávio Dino. Ele seguiu o posicionamento da relatora, Cármen Lúcia, e do ministro Alexandre de Moraes. Os ministros têm até a próxima sexta, 14, para depositar seus votos.

Cármen Lúcia seguiu parecer do vice-procurador-geral da República Hindemburgo Chateaubriand Filho. Ele entendeu que, ao chamar Bolsonaro de ‘miliciano, ladrão de jóias, bandido fujão e assassino’, Janones, ‘em tese, ultrapassou os limites da liberdade de expressão e os contornos da imunidade parlamentar material’.

A ministra anotou que, para o recebimento da queixa-crime, são necessários apenas os ‘indícios de autoria e materialidade delitiva’, o que, no caso, foi comprovado. “A prova definitiva dos fatos será produzida no curso da instrução, não cabendo, nesta fase preliminar, discussão sobre o mérito da ação penal”, indicou.

Bolsonaro pede que Janones seja processado também por calúnia. No entanto, a relatora entendeu que ‘não há prova mínima de autoria de materialidade desse delito’.

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O ministro Cristiano Zanin defendeu a rejeição da queixa-crime de Bolsonaro por ‘falta de justa causa’. Segundo ele, há relação entre a manifestação de Janones e o exercício de sua função como deputado. Para Zanin, a imunidade parlamentar obstaria o recebimento do pedido de Bolsonaro.

Ele considera que Bolsonaro e Janones são ‘notórios integrantes de grupos políticos adversários’ e que há ‘reciprocidade’ entre as narrativas, acirramentos e críticas entre ambos.

Na avaliação de Zanin, os comentários e as declarações de Janones foram dados em um contexto de ‘múltiplas manifestações dos envolvidos, operando-se no calor de profundos debates e exaltações’.

Segundo o ministro, por mais ‘reprováveis que sejam’, algumas falas de Janones traduzem ‘retorsão’, se referencio a embates anteriores com Bolsonaro.

“Por mais reprováveis que verdadeiramente sejam as falas mencionadas, soa claro que as manifestações se deram no cenário de profundas instabilidades e divergências do sistema mundial de computadores, onde ambos, notórios usuários de redes sociais, costumeiramente firmam seus conflitos políticos, frequentemente, há de se dizer, por meio de manifestações jocosas e irônicas”, afirma Zanin.

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