*matéria atualizada às 19h52
O empresário Thiago Brennand publicou nesta terça (25) mais um vídeo em seu canal do Youtube, onde volta a rebater as acusações que o cercam por crimes sexuais e agressões. Brennand está em Abu Dabhi, nos Emirados Árabes, aguardando o processo de sua extradição para o Brasil, onde está com a prisão decretada. Ele começa sua fala afirmando que seus vídeos foram apagados da plataforma e que, diferentemente do que teria sido veiculado pela imprensa, não viveria de uma herança.
Brennand exibe prints de um contrato em seu nome, no qual teria recebido R$ 20 milhões e diz que seu pai foi 'o maior contribuinte' de ISS do Estado do Pernambuco.
Ele volta a atacar a advogada e ex-promotora do Ministério Público de São Paulo Gabriela Manssur, que representa algumas mulheres que o acusam de crimes sexuais. Brennand se refere à advogada como 'professora de abuso de poder' e comenta a candidatura dela ao cargo de deputada federal. "Nunca usei o erário para me candidatar, nunca participei de conluio nenhum."
Brennand dirige impropérios à ex-promotora, a quem chama de 'babaca'. Afirma sofrer perseguição. "Se fazem isso comigo, imagina o que não fazem com uma pessoa que não tem voz."
Ele manda um recado a Gabriela Manssur, em referência às mulheres que o acusam e para as quais a ex-promotora advoga. "Pare de arregimentar esse rol de prostitutas que está feio." Ele mostra uma foto de Gabriela e, em seguida, coloca a legenda 'não é um traveco, prometo'.O empresário também ataca o advogado Marcio Janjacomo, que atua representando algumas vítimas, dizendo que ele 'sequer frequentou as aulas de português' e 'pega prostitutas e chama isso de agência de modelos'. Brennand chega a mencionar o nome de uma das vítimas afirmando que ela pegou seu dinheiro duas vezes.
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubo, também é mencionado no vídeo. Além de ser chamado de 'canalha', 'covarde', 'vagabundo' e 'bunda mole', Brennand afirma que ele faria parte de um conluio para incriminá-lo injustamente. "Sarrubo, aparece aí, que vou contar da nossa briga lá pela FAAP. Se vocês quiserem me chamar pra uma live, eu faço'", desafia.
Ele cita novamente a advogada Dora Cavalcanti, que assumiu a defesa dele por um breve período. "Canalha, petralha. Deve estar alinhada com a Gleise e com o pessoal do ministério."
O vídeo também contém um apelo ao atual governador do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB). Brennand critica o fato de ele ter supostamente 'cogitado Gabriela Manssur como sua vice durante a campanha' e de ter 'prometido a ela uma secretaria se ela perdesse as eleições'.
A respeito das ordens de prisão que pairam contra ele - uma da juíza da 6ª Vara Criminal de São Paulo, Erika Mascarenhas, e outra do e outra do juiz da 1ª Vara de Porto Feliz, Jorge Panserini - ele diz que 'só falta me colocar de castigo embaixo de uma árvore'.
Em vários momentos, o empresário se refere às pessoas a quem ele atribui a perseguição como partidárias do petismo, organizadas para incriminá-lo injustamente. Ele afirma que Manssur usa uma 'toga vermelha', que os jornalistas 'vivem num mundinho tão maluco' e que 'jamais houve um pai como eu. Tudo que eu faço, eu faço com amor'.
COM A PALAVRA, JANJACOMO ADVOGADOS E MANSSUR ADVOCACIA, MENCIONADOS NO VÍDEO
A reportagem entrou em contato com todos que foram citados no vídeo. Por meio de nota, os escritórios Janjacomo Advogados e Manssur Advocacia enviaram a seguinte manifestação:
Os escritórios JANJACOMO ADVOGADOS e MANSSUR ADVOCACIA vêm a publicar manifestar repúdio ao conteúdo ofensivo e odioso proferido pelo Sr. Thiago Brennand em vídeo divulgado nesta terça-feira, 25 de outubro de 2022.
As palavras proferidas apenas reforçam o perfil delinquente do Sr. Thiago, que é réu em diversas ações criminais, onde responde por crimes sexuais, corrupção de menores, agressões física e verbal contra mulheres, entre outros.
As aleivosias assacadas no contexto desrespeitoso afrontam não só os advogados, que trabalham no processo como profissionais do Direito, defendendo os direitos da vítima, como também o poder Judiciário e o Ministério Público, tríade responsável pela manutenção e aprimoramento do Estado Democrático de Direito.
As ofensas dirigidas às pessoas serão objeto de apuração e futura responsabilização por parte de quem as proferiu.
Consignamos a nossa confiança na Justiça.
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