O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como uma “afronta” a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspender os direitos políticos dele no julgamento iniciado nesta quinta-feira, 22. Para o ex-chefe do Executivo, caso ele seja condenado e fique inelegível por oito anos, a decisão pode desmotivá-lo a continuar 100% ativo na política.
“Na minha idade, eu gostaria de continuar 100% ativo na política. Tirando os seus direitos políticos, que, ao meu ver, é uma afronta, você perde um pouquinho desse gás”, afirmou o ex-presidente, em vídeo divulgado nas redes sociais dele.
O julgamento no TSE definirá o futuro político de Bolsonaro e de todo o campo da direita nas próximas eleições. Acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, o ex-presidente pode perder os direitos políticos e ficar sem disputar eleições por oito anos se for condenado, abrindo uma disputa pelo espólio bolsonarista nos próximos anos.
Enquanto a Corte Eleitoral decide o destino dele, o ex-presidente realiza uma viagem a Porto Alegre. Nesta quinta-feira, o Partido Liberal divulgou um vídeo nas redes sociais, em que Bolsonaro aparece tirando fotos com apoiadores dentro de um avião. O conteúdo tem com intuito mostrar um ex-chefe do Executivo sorridente e tranquilo, sem sinais de preocupação com o julgamento.
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Bolsonaro foi questionado sobre a existência de conversas para um possível sucessor na disputa eleitoral pela Presidência, mas negou que exista essa articulação. “A gente não pode partir dessa linha porque pode parecer que estamos jogando a toalha”, disse. Como mostrou o Estadão, caso o ex-presidente seja condenado, a herança bolsonarista cairá no colo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), querendo ele ou não.
O ex-presidente preferiu não compartilhar a expectativa sobre o resultado do julgamento: “Com a minha idade, não vou me iludir”, disse. Nesta quarta-feira, 21, às vésperas da sessão do TSE, Bolsonaro se mostrou pouco esperançoso de que possa obter uma decisão a seu favor. “Hoje em dia, é quase uma unanimidade que vou perder a ação. Essa é uma verdade”, disse em entrevista ao programa Arena CNN.
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