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Bolsonaro desiste de ir à cúpula de países da América do Sul e escala Mourão para representá-lo

Presidente preferiu permanecer no Brasil para acompanhar a missa de sétimo dia da mãe, Olinda, que faleceu na madrugada de sexta-feira; cúpula acontecerá em Cartagena das Índias, na Colômbia

Foto do author Eduardo Gayer

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro desistiu de comparecer à cúpula do Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul (Prosul), marcado para quinta-feira, 27, em Cartagena das Índias, na Colômbia, e escalou o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) para representá-lo.

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A desistência do evento internacional ocorre após Bolsonaro cancelar sua agenda oficial para o dia. Conforme apurou o Estadão/Broadcast Político com uma fonte ligada ao Palácio do Planalto, o presidente está abalado com a morte de sua mãe, Olinda, ocorrida na última sexta-feira, e quer ficar no Brasil para participar da missa de sétimo dia, prevista para quinta-feira. A mudança de planos para a cúpula de líderes sul-americanos foi confirmada ao Estadão/Broadcast Político pela Vice-Presidência da República.

O cancelamento dos compromissos acabou provocando boatos de que Bolsonaro pudesse estar com algum problema de saúde; no início do ano, ele foi internado para tratar uma obstrução intestinal. À reportagem, o médico do presidente, Antônio Macedo, descartou essa hipótese e afirmou que Bolsonaro está bem de saúde.

Em 2019, Bolsonaro e Sebastián Piñera se reuniram no Palácio de La Moneda, em Santiago, e deram declarações favoráveis à criação do Prosul. Foto: Claudio Reyes/AFP

Prosul

Por iniciativa dos líderes conservadores Sebastián Piñera, presidente do Chile (eleito em 2021, Gabriel Boric tomará posse em março) , e Iván Duque, presidente da Colômbia, o Prosul foi criado em março de 2019 na tentativa de consolidar um espírito mais à direita na América do Sul e isolar a Venezuela. 

Após a adesão ao grupo, o Brasil deixou a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), fundada em 2008, no momento em que a região era governada majoritariamente por partidos de esquerda. À época, o Brasil era comandado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2022.

Agenda

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Ainda que tenha passado todo o dia no Palácio do Planalto, o presidente cancelou sua agenda oficial prevista para esta segunda-feira.

A agenda oficial de hoje foi atualizada com o informe "Sem compromisso oficial". Não houve, contudo, aviso à imprensa sobre a atualização por parte do governo nem foi divulgado o motivo da alteração. Antes da atualização, o documento informava que Bolsonaro participaria, às 16h30, de cerimônia de lançamento do Programa Nacional de Prestação de Serviço Civil Voluntário, no Palácio do Planalto. Com participação do vice-presidente Mourão e do ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, o evento foi adiado para sexta-feira, às 9h30.

Além disso, Bolsonaro se reuniria hoje com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, com o subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral, Pedro Cesar Sousa, e com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.

O presidente chegou a conversar com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada durante a manhã, antes de ir ao Planalto. Por volta das 17h30, deixou a sede do Executivo e voltou à residência oficial.

Encontro fora da agenda Apesar de cancelar a agenda e passar o dia no Palácio do Planalto sem compromissos oficiais, Bolsonaro afirmou a apoiadores que se reuniu hoje com o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS). O encontro não consta da agenda oficial. 

Médico, Terra foi ministro da Cidadania de Bolsonaro e um dos principais integrantes do chamado “gabinete paralelo” que assessora o governo na pandemia do novo coronavírus. Na contramão das evidências científicas, o parlamentar é defensor do uso de cloroquina e ivermectina no tratamento da covid-19.

“Estive com ele agora há pouco”, afirmou Bolsonaro sobre Osmar Terra a um apoiador que disse "ter vindo da terra” do ex-ministro. O deputado federal é de Porto Alegre.

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