Bolsonaro diz que ‘deu uma aloprada’ e ‘perdeu a linha’ na pandemia ao dizer que não era coveiro

Presidente afirmou que não falaria de novo e que seu comportamento mudou no último ano

PUBLICIDADE

Foto do author Iander Porcella
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira, 12, que “deu uma aloprada” e “perdeu a linha” na pandemia quando disse que não era “coveiro” ao ser questionado sobre o número de brasileiros mortos por covid-19. Em entrevista a um podcast para jovens cristãos, porém, o candidato à reeleição voltou a defender o tratamento precoce, ineficaz contra a doença.

PUBLICIDADE

“Dei uma aloprada, sim. Perdi a linha”, declarou o chefe do Executivo. “Eu sou o chefe da nação, sei disso. Lamento o que eu falei, não falaria de novo. Você pode ver que de um ano para cá meu comportamento mudou. Minha cadeira é um aprendizado”, emendou, ao responder o questionamento de um dos entrevistadores, cujo sogro morreu de covid-19.

Apesar de reconhecer que determinadas frases foram inadequadas, Bolsonaro voltou a usar o fato de ter melhorado da covid-19 para defender remédios ineficazes. “Eu tive covid, estou no grupo de risco. Eu sou idoso já, estou com 67 anos. E eu tomei o remédio. Não vou falar o nome aqui. E no dia seguinte estava bom”, declarou. Quando foi contaminado, em 2020, o presidente disse que havia tomado hidroxicloroquina.

Jair Bolsonaro participa do podcast Collab Foto: Reprodução/Collab

“Eu acredito que com o que eu fiz divulgando o tratamento precoce, que muita gente, milhões de pessoas dizem que se salvaram graças a isso, porque eu tive coragem de mostrar que tinha uma alternativa que poderia ser realmente boa”, disse o presidente, na contramão da comunidade médica e científica.

Publicidade

Bolsonaro também voltou a afirmar que usou uma “figura de linguagem” quando disse que quem tomasse a vacina contra a covid-19 poderia “virar jacaré” e, mais uma vez, negou que tenha imitado pessoas com falta de ar. “Se pegar a imagem, eu não estou zombando de ninguém”, declarou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.