BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender papel ativo das Forças Armadas nas eleições deste ano. Durante transmissão ao vivo em sua rede social, Bolsonaro também cobrou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que torne públicos os questionamentos feitos pelos militares ao processo eleitoral. “As Forças Armadas não vão fazer papel de chancelar apenas o processo eleitoral, participar como espectadoras do mesmo. Não vão fazer isso. As Forças Armadas não estão se metendo no processo eleitoral, elas foram convidadas e são bastante zelosas”, declarou.
Apesar da suspeição que Bolsonaro levanta sobre as eleições, nenhuma apuração detectou fraudes nas urnas eletrônicas. Apurações de irregularidades na contagem de votos remontam à época em que havia cédula de papel.
Assim como feito mais cedo pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, o presidente pediu publicamente ao TSE que divulgue as sugestões feitas pelas Forças Armadas para supostamente ampliar a segurança das eleições. Ele ainda garantiu que ninguém deseja dar um golpe de Estado no Brasil.
“TSE carimbou de confidencial as sugestões que foram nove propostas pelas Forças Armadas para que se reduzisse ao máximo a possibilidade de fraude”, afirmou Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais. “Por que esconder essas sugestões das Forças Armadas da população? População quer eleições transparentes, onde o voto seja contado efetivamente. Se as urnas são inexpugnáveis, por que essa preocupação?”, acrescentou, novamente lançando dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar qualquer prova.
Bolsonaro ainda ironizou na live que sua pressão por mudanças no sistema eleitoral brasileiro seja para garantir a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto e seu principal adversário político. “Se pesquisa diz que Lula tem 40%, ele vai ganhar, quero garantir a eleição dele”, disse o chefe do Executivo, que afirma não acreditar em pesquisas de intenção de voto.
Ainda na live, o presidente voltou a defender o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, criticado por bolsonaristas nas últimas semanas por condenar o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), posteriormente perdoado pelo chefe do Executivo. “Ele não ajuda a mim, ajuda o Brasil”.
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