Bolsonaro diz que não há ‘denúncias consistentes’ de corrupção em seu governo

Fala em agenda na Paraíba mostra ajuste de discurso do presidente, que sempre repetiu não haver corrupção na sua gestão

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Por Natália Santos e Eduardo Gayer

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira, 5, que seu governo “não tem denúncias consistentes sobre corrupção”. A fala mostra um ajuste no discurso do presidente, que antes repetia que não havia casos de corrupção em sua gestão.

“O nosso governo não tem apresentado desvio de recursos, o nosso governo não tem denúncias consistentes sobre corrupção. Se aparecer, nós ajudamos a identificar os possíveis culpados e ajudar que a Justiça decida o seu destino”, afirmou o presidente durante entrega de obras da transposição do São Francisco na Paraíba.

Bolsonaro diz que não há ‘denúncias consistentes’ de corrupção em seu governo, mas o seu mandato, como os de seus antecessores desde a redemocratização, também registra denúncias e suspeitas do crime. Foto: Wilton Junior/ESTADAO Foto: Wilton Junior

O mandato de Bolsonaro, como os de seus antecessores desde a redemocratização, também registra denúncias e suspeitas do crime. Envolvem nomes importantes da gestão federal e aliados e geraram investigações, ainda em curso. Em março deste ano, por exemplo, o Estadão revelou a existência de um gabinete paralelo no Ministério da Educação, com a atuação de pastores que assumiam o controle de verbas da pasta. As denúncias culminaram com a demissão de Milton Ribeiro do ministério.

“Meu Nordeste”

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Na viagem a Gurinhém, interior da Paraíba, Bolsonaro fez acenos à região do País onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário na disputa pelo Palácio do Planalto deste ano, tem mais força eleitoral. O presidente se referiu à região como “meu Nordeste” e exaltou as entregas do governo relativas à transposição do Rio São Francisco.

“É uma satisfação muito grande retornar ao meu Nordeste”, disse Bolsonaro, que é paulista e construiu sua carreira política no Rio de Janeiro. “Nós libertamos o povo do Nordeste da escravidão do carro pipa”, acrescentou, arrancando aplausos dos presentes.

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Em seguida, contudo, o presidente se referiu aos nordestinos como “cabra da peste”, expressão considerada preconceituosa, mas sempre utilizada por ele.

Bolsonaro ainda aproveitou o evento para dizer que respeita os policiais do Brasil, justamente no momento em que o governo está em crise com os policiais federais por não entregar a reestruturação das carreiras e menos de uma semana após Lula se envolver em uma polêmica com os profissionais de segurança pública. “Brasil tem um presidente que acredita em Deus, que respeita seus policiais e seus militares”, afirmou.

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