O presidente Jair Bolsonaro é alvo de panelaços nas principais cidades do País na noite desta sexta-feira, 15. A manifestação contrária ao mandatário foi convocada por movimentos sociais após o agravamento da situação da covid-19 em Manaus. Na quinta, 14, vários hospitais da cidade ficaram sem oxigênio, o que levou à morte de pacientes por asfixia.
A hashtag "#BrasilSufocado" e a convocação do panelaço começaram a ser disseminadas pela Frente Povo Sem Medo – organização que reúne movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda – às 8h55.
A iniciativa ganhou a adesão de celebridades como o apresentador Luciano Huck, que compartilhou em seu perfil no Instagram um vídeo batendo panela com a hashtag "#sosamazonas".
Cidades
Aos gritos de "genocida" e "assassino", manifestantes bateram panela em São Paulo em bairros como Pinheiros, Santa Cecília, Higienópolis, Barra Funda, Butantã, Jardins, Pompeia, Cambuci, Ipiranga, Tatuapé, Saúde e Vila Romana por volta das 20h30.
No Largo do Arouche, região central da cidade, carros que passavam pela rua aderiram à manifestação contra Bolsonaro e passaram buzinando. Os protestos tiveram duração entre cinco e 15 minutos.
Em Manaus, foram registrados panelaços contra o presidente Jair Bolsonaro em bairros das zonas Oeste e Centro-Sul da capital amazonense. Vídeos circularam em redes sociais marcando o protesto em bairros como Aleixo, Flores e Vieiralves e Ponta Negra. A cidade vive atualmente em toque de recolher a partir das 19h por causa do colapso na Saúde da cidade.
Com gritos de "Fora, Bolsonaro", "Fora, genocida", moradores de Belo Horizonte também fizeram panelaço contra o presidente da República.
As manifestações, que começaram às 20h30 e duraram oito minutos, foram registradas em bairros como Serra e Carmo, com moradores em sua maioria de classe média, e Lourdes, de classe média alta. Os três na região Centro-Sul da cidade. Na Floresta, Região Leste, outro bairro de classe média, também houve manifestação. Nos protestos os manifestantes acendiam e apagavam as luzes dos apartamentos.
Ao menos dez bairros de Salvador registram panelaço contra governo Bolsonaro. Soteropolitanos bateram panelas em meio a pedidos de impeachment e agilidade na vacinação. Por volta das 20h30, moradores de vários bairros bateram panelas em meio a gritos de “impeachment”, “fora, Bolsonaro” e “queremos a vacina”.
No bairro do Imbuí, manifestantes passaram ao menos 15 minutos nas sacadas de suas janelas batendo o objeto. Nas ruas da localidade, também foi possível ouvir um buzinaço. O barulho também pôde ser no Costa Azul, na Barra, Barbalho e 2 de Julho, no Centro da capital, além de Stiep, Graça e Itaigara, Pituba e São Rafael.
No Rio de Janeiro, um intenso panelaço ocorreu também a partir das 20h30. Em alguns bairros, como Copacabana e Botafogo (zona sul), a manifestação se estendeu por mais de cinco minutos.
Foram ouvidas batidas de panela, assobios e gritos como “Bolsonaro assassino” e “fora Bolsonaro” nos bairros de Copacabana, Leme, Botafogo, Ipanema, Lagoa, Laranjeiras, Cosme Velho, Flamengo, Glória, Jardim Botânico (zona sul), Jacarepaguá, Barra da Tijuca (zona oeste), Tijuca e Grajaú (zona norte), entre outros bairros.
Panelaços contra o presidente Jair Bolsonaro foram ouvidos em várias quadras do Plano Piloto de Brasília, nas asas Sul e Norte. Gritos de“Fora, Bolsonaro!”, “Fora, assassino!”, “Genocida” e “Terraplanista” invadiram a capital da República, acompanhados de buzinaços, que começaram por volta de 20h30 e duraram aproximadamente 15 minutos.
Assim como nas demais capitais, em Porto Alegre, o panelaço ocorreu de norte a sul da capital gaúcha contra o governo Bolsonaro. A manifestação foi registrada em diferentes prédios situados em bairros de classe média como Auxiliadora, Petrópolis e Higienópolis. Além dos panelaços, buzinaços também foram registrados na região. Até em locais considerados redutos bolsonaristas como Moinhos de Vento e Bela Vista, panelas ecoaram pela noite quente de Porto Alegre. O protesto também ocorreu em pontos do Centro Histórico, Bom Fim, Santana, Cristal, Menino Deus e Cavalhada.
No bairro mais boêmio da capital, Cidade Baixa, gritos de “Bolsonaro genocida” também foram registrados. Na Santa Cecília, gritos de “Bolsonaro assassino” também foram relatados. Pelas redes socais, os porto-alegrenses também postaram nas redes sociais os registros sobre o protesto. Assim como vereadores de esquerda, parlamentares do campo da direita também postaram mensagens sobre a manifestação.
Moradores de vários bairros da capital cearense também aderiram ao protesto contra o presidente. Das janelas de casas apartamentos em bairros, como o Benfica, Damas, Montese, Varjota, Joaquim Távora, Cidade dos Funcionários e Papicu, foi possível ouvir o panelaço e gritos pedindo o impeachment de Bolsonaro, como “fora, Bolsonaro!”. Antes do ato, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), convocou os seguidores na internet a protestarem.
Goiânia registrou panelaços em diversos bairros que possuem conjuntos de prédios, como o Alto da Glória, Pedro Ludovico, Goiânia 2, Negrão de Lima, Jardim Goiás, Parque Amazônia, Bela Vista, Setor Oeste, Setor Bueno e Setor Central. Também houve panelaço da cidade vizinha, segunda maior do Estado, Aparecida de Goiânia.
No Negrão de Lima houve foguete e gritos de “Fora Bolsonaro” e “Fora Bolsonaro Maldito”. Já no Jardim Goiás houve buzinaços em meio a batidas de panelas. Algumas pessoas se manifestaram contra o panelaço, gritando a palavra “mito”, em referência e apoio ao presidente. No Setor Bueno, área considerada nobre da capital de Goiás, veículos que passavam nas ruas manifestaram apoio ao panelaço buzinando.
Na capital maranhense, foram registrados panelaços de forma tímida em prédios residenciais de áreas nobres da cidade. Os que bateram panelas gritaram “Fora, Bolsonaro”. Algumas poucas reações contrárias, retrucaram bradando: “Fora, Flávio Dino”. O governador do Maranhão faz forte oposição ao presidente da República e é um dos críticos mais ferrenhos da atuação do governo federal.
Em Florianópolis, foram registradas manifestações na região central da cidade, nas imediações da Universidade Federal e nos bairros do sul da Ilha de Santa Catarina. Os moradores gritaram "Fora Bolsonaro" e cobraram abertura de processo de impeachment contra o presidente. No centro de Florianópolis, também houve manifestações nos bares da avenida Hercílio Luz, com gritos contra o presidente e bateção de mesas. "Não dá mais para aguentar esse governo, nós temos que fazer alguma coisa, queremos impeachment", declarou Alessandra Oliveira, de 42 anos, que, de máscara, saiu pelas ruas do centro de Florianópolis entoando o grito: "Fora, Bolsonaro".
Também foi registrada manifestação na região continental da capital e em cidades da região metropolitana, como São José e Palhoça. A Polícia Militar fez rondas na região central por volta das 20h30, mas não foi registrado nenhum incidente.
Na capital pernambucana, houve panelaço no horário marcado por algumas publicações que foram compartilhadas ao longo desta sexta-feira, 15. Há relatos de protesto em todas as partes da cidade. No Cordeiro, zona Oeste, e na Boa Vista e no Paissandu, no centro, durou 10 minutos.
No bairro de Boa Viagem, na zona Sul, parte rica do Recife, o panelaço durou 7 minutos e algumas pessoas gritavam “fascista”. No Espinheiro, nos Aflitos, no Prado e na Madalena, bairros de classe média alta da zona norte, o panelaço também durou 10 minutos. De acordo com alguns moradores dos bairros, além das batidas também se ouvia gritos: “fora Bolsonaro”, “genocida”, “assassino”. Em algumas partes da zona norte, os protestantes também assobiavam e buzinavam.
Em Curitiba, panelaços e buzinaços em oposição ao governo federal foram ouvidos em várias regiões da capital na noite desta sexta-feira, 15. Houve manifestações nos bairros Centro, Mercês, Água Verde, Portão, Juvevê, Cabral, Cristo Rei, Batel e Bigorrilho, entre outros.
Foram ouvidos gritos de “genocida” e “assassino”, em referência à forma como Jair Bolsonaro tem conduzido as ações de combate à covid-19. Também foram registrados pedidos de renúncia. Em resposta, mas em número reduzido, apoiadores do atual presidente gritaram “fica, Bolsonaro”.
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