Como esperado, a gestão Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de críticas do primeiro bloco do debate realizado pela Band, em parceria com a TV Cultura, o portal UOL e o jornal Folha de S.Paulo neste domingo, 28, em São Paulo. O atual presidente e candidato à reeleição foi questionado sobre o fato de ter declarado que não existe fome no Brasil, por sua política para a educação, sua postura durante a pandemia de covid-19 e por sua relação conflituosa com o Poder Judiciário.
Ao ter a chance de perguntar diretamente para Bolsonaro, o candidato Ciro Gomes (PDT) afirmou que “qualquer pessoa que não tenha trocado o coração por uma pedra sabe o que existe fome no Brasil”. Bolsonaro rebateu com números do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família, reforçando que seu governo ampliou o valor médio pago, de R$ 190 para R$ 400 e prometeu ainda seguir com o valor atual, de R$ 600, durante o ano que vem.
“O meu governo que tem um olhar todo especial para os mais pobres, pagando três vezes que o PT lá atrás no Bolsa Família”, disse Bolsonaro, que depois assistiu às candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) discursarem contra as medidas adotadas por Bolsonaro durante a pandemia de covid-19.
“No momento que o Brasil mais precisou, o presidente negou vacina no braço dos brasileiros. Não vi o presidente da República pegar a moto dele e entrar num hospital para abraçar uma mãe que perdeu o filho”, afirmou Simone.
A senadora ainda atacou Bolsonaro ao responder pergunta de jornalista sobre a harmonia entre os Poderes. “Sabe como se resolve isso? Trocando o presidente. Temos um presidente hoje que ameaça a democracia e os valores a todo momento, não respeita a imprensa livre, a independente do STF. Precisamos trocar o presidente para gerar empregos e renda para a população.”
Em sua chance de perguntar, Bolsonaro questionou Lula sobre combate à corrupção e afirmou que o escândalo do Petrolão prejudicou o povo do Nordeste, reduto historicamente petista. “Inverdades não valem a pena na TV. Citar números mentirosos não compensa. Não teve nenhum presidente da República que fez mais investigações do que nós fiscalizamos”, afirmou Lula, que depois ouviu de Bolsonaro: “Todo mundo fazia malfeitos, só o presidente é que não sabia.”
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