As promessas em torno da manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 se tornou o ponto central da disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu até agora principal concorrente na eleição deste ano, o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Acossado pela acusação do petista de que o auxílio tem duração só até o fim do ano e da declaração de que pretende, se eleito, mantê-lo em 2023, o presidente acenou neste sábado, 13, em entrevista ao podcast Cara a Tapa, com a permanência do benefício no próximo ano.
Lula e Bolsonaro lideram as pesquisas de intenção de voto. O presidente reafirmou que o Auxílio Brasil de R$ 600 não vai acabar em dezembro. Disse que já conversou com seu ministro da Economia, Paulo Guedes, e que “vão ser mantidos os R$ 600 de auxílio emergencial no ano que vem”.
Em transmissão ao vivo no Facebook com o deputado André Janones (Avante-MG), Lula afirmou que o auxílio dado pelo atual governo foi aprovado até dezembro para garantir a reeleição. “É mentira”, rebateu Bolsonaro, no sábado, ao apresentador do podcast, Rica Perrone. “Mentem como mentiam em 2018 que eu ia acabar com o Bolsa Família, que ia acabar com o seguro-defeso (dos pescadores). Nada acabou, nós combatemos as fraudes”, disse o presidente, apontando que o auxílio está com o valor três vezes maior do que o Bolsa Família, criado pelo governo Lula. “Com responsabilidade fiscal de Paulo Guedes.”
O adicional de R$ 200 para o Auxílio Brasil, que eleva o valor para R$ 600, é válido entre agosto e dezembro deste ano. O acréscimo foi permitido pelo Congresso com a aprovação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê gastos de R$ 41,2 bilhões em benefícios sociais. Para manter o piso do auxílio em R$ 600 no ano que vem, seria necessária uma nova PEC.
Vão ser mantidos os R$ 600 de auxílio emergencial no ano que vem (...) Mentem que eu ia acabar com o Bolsa Família. Nada acabou, nós combatemos as fraudes.”
Jair Bolsonaro (PL), presidente e candidato à reeleição
Bolsonaro já disse, no início do mês, que os detalhes foram acertados com Guedes. O indicativo da manutenção do benefício nesse valor deve constar na Lei Orçamentária Anual (LOA). “A proposta nossa na LOA já vem com esse indicativo, para manter os R$ 600. Logicamente, vamos depender do Parlamento após as eleições”, afirmou o presidente em entrevista ao SBT.
Enquanto não acabar com a fome e a miséria não pode acabar com o auxílio emergencial. Você pode, inclusive, criar uma convulsão nesse país.”
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto
Em live com Janones, que retirou a candidatura presidencial para apoiar Lula, o petista prometeu manter o benefício, caso seja eleito. “Enquanto não acabar com a fome e a miséria não pode acabar com o auxílio emergencial. Você pode, inclusive, criar uma convulsão nesse país se tirar o pouquinho de possibilidade que esse povo tem”, disse. “Não há como tirar o benefício sem que a gente recupere a economia, sem gerar emprego, sem resolver a fome.” / DANIEL WETERMAN, MANOELA BONALDO, RUBENS ANATER, SANDRA MANFRINI E THAÍS BARCELLOS
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