Diante de pressão da bancada ruralista no Congresso, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), aceitou ontem a indicação da deputada Tereza Cristina (DEM-MS) para o Ministério da Agricultura.
Bolsonaro ainda prometeu deixar nas mãos do setor a palavra final sobre o nome que chefiará a pasta do Meio Ambiente, que continuará separada. As decisões foram anunciadas por um grupo de deputados da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), que reúne o lobby do setor, após encontro no escritório da transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
O general reformado Augusto Heleno Ribeiro, indicado para a chefia do Gabinete de Segurança Institucional, admitiu que o critério político pesou na escolha da deputada. “É lógico que foi considerada a competência dela e o lado político.”
A escolha da primeira mulher para o ministério de Bolsonaro foi costurada pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que conseguiu derrubar uma indicação pessoal do presidente eleito. Prevaleceu a força da FPA e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) em detrimento de pequenas entidades que deram sustentação à campanha de Bolsonaro.
Até a véspera, o presidente eleito ainda avaliava a possibilidade de nomear o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan, seu braço direito na setor durante a pré-campanha e a campanha. Bolsonaro chegou a anunciar o nome de Nabhan em um evento no Rio Grande do Sul e disse que não adotaria o critério político para o cargo, sinalizando que não escolheria pessoas com cargos eletivos.
Ao Estado, Nabhan disse que continuará torcendo pelo novo governo. “Não vou esconder que no fundo cria um pouco de constrangimento”, afirmou.