O presidente Jair Bolsonaro (PL) exonerou, a pedido, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Otávio da Cruz, nesta quarta-feira, 11. Assume o posto Daniel Meirelles Fernandes Pereira, que ocupava o cargo de assessor especial na pasta, atuando próximo ao ministro Marcelo Queiroga. A troca no comando foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 11.
O novo secretário é graduado em direito e é especialista em regulação de saúde suplementar. A posição é considerada a “número 2″ da pasta e tem papel estratégico nas tomadas de decisão na Saúde.
Daniel Pereira também foi diretor-adjunto da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e chegou a ser indicado por Bolsonaro e aprovado no Senado para assumir uma vaga de diretoria na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril deste ano. Na ocasião, a Associação de Servidores da Anvisa (Univisa) emitiu nota contra a indicação de Pereira.
“A forma da indicação – junto a dezenas de nomes para mandatos estáveis que perdurarão durante vários anos do próximo governo – aliada ao momento pré-eleitoral, pode indicar negociações políticas que colocam a Anvisa como moeda de troca para interesses partidários”, escreveu a associação.
Pereira esteve envolvido no caso da contratação de Isabela Oassé de Moraes Ancora Braga Netto para o cargo de gerente da ANS. Filha do ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, ela foi indicada à vaga comissionada por Pereira, quando ele atuava na Agência. Ele é irmão de Thiago Meirelles Fernandes Pereira, que atuava como um dos principais auxiliares de Braga Netto na Esplanada dos Ministérios.
Rodrigo Cruz ocupava o cargo, por indicação do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, desde março de 2021. Ele foi responsável por operações como a importação de máscaras da China. Servidor público da carreira de Analista de Infraestrutura e é mestre e doutor em Engenharia de Transportes pela Universidade de Brasília (UnB).
Como mostrou o Estadão, ele havia assumido a pasta em um movimento do governo de trocar militares que ocupavam cargos em secretarias estratégicas na gestão da pandemia.
Cruz substituiu o coronel Antônio Élcio Franco Filho. O militar foi um dos indiciados pela CPI da Covid após prestar esclarecimentos aos senadores sobre suas ações nas compras e abastecimento de insumos para os Estados durante a crise sanitária.
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