Em passagem pelo Amazonas neste sábado, 18, o presidente Jair Bolsonaro promoveu uma motociata e participou de um evento evangélico sem citar os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips no Estado. A visita ocorre quatro dias após a confirmação dos crimes na região do Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas.
Iniciada por volta das 16h30, a motocista percorreu todas as zonas da capital Manaus. Segundo a Polícia Militar do Amazonas, 10 mil motocicletas participaram do passeio realizado por Bolsonaro mais uma vez sem o uso de capacete, item de segurança obrigatório de acordo com a legislação nacional de trânsito.
Pelas imagens divulgadas pelas redes sociais do presidente e também de apoiadores é possível notar que, diferentemente da imensa maioria dos motociclistas que o acompanharam no percurso, apenas ele e seu garupa não usam o equipamento. Bolsonaro deu carona ao coronel do Exército Alfredo Menezes (PL), pré-candidato ao Senado pelo Amazonas. Menezes afirma ser amigo pessoal de Bolsonaro e sua família.
Após a motociata, o presidente esteve no evento evangélico Fruto Fiel, realizado no Centro de Convenções de Manaus. Lá, em breve discurso, Bolsonaro disse que o governo federal tem atuado para estimular a produção e o comércio de motos no País. “Determinei ao então ministro Tarcísio que em toda rodovia federal licitada ou relicitada o pedágio para motociclista deveria ser zerado. Hoje, na (Via) Dutra, não se paga mais pedágio. Desta forma, estimulamos o uso deste veículo.”
Ao mencionar a Zona Franca de Manaus, Bolsonaro citou eventual cobiça de estrangeiros na Amazônia. “A zona franca é de 1967, (do governo de) Castelo Branco. O primeiro presidente militar, não seria eu - o sexto – capitão de Exército, que trataria de forma diferente a Zona Franca de Manaus, em grande parte, responsável por manter a Amazônia brasileira longe da cobiça internacional”, disse.
O presidente finalizou o discurso ao público evangélico citando pautas de costume. “Obrigado por serem contra o aborto, por serem contra a ideologia de gênero, por serem contra a liberação das drogas e, cada vez mais, por defender os valores familiares.”
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