YouTube decide manter no ar live de Bolsonaro com embaixadores

Empresa não viu violações às regras contra desinformação eleitoral; presidente convocou diplomatas para criticar ministros do TSE e desacreditar o sistema eletrônico de votação sem provas

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Foto do author Davi Medeiros
Atualização:

O YouTube não viu violação às suas regras contra desinformação eleitoral e decidiu manter no ar a live em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a embaixadores que as urnas eletrônicas não são confiáveis. A empresa afirma ter ouvido “especialistas externos, criadores de conteúdo e a sociedade civil” para tomar a decisão.

“Após revisão, não foram encontradas violações às políticas de comunidade do YouTube no vídeo em questão, postado em 18 de julho no canal Jair Bolsonaro. Nossas equipes trabalham arduamente para garantir que tenhamos um equilíbrio entre liberdade de expressão, valor fundamental do YouTube, e a segurança das pessoas que diariamente buscam por informação na plataforma”, disse a empresa por meio de nota.

Encontro com embaixadores para desacreditar urnas eletrônicas foi transmitido ao vivo pelo canal do presidente Jair Bolsonaro no YouTube.  Foto: TV Brasil

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Na última segunda-feira, 18, o presidente Bolsonaro reuniu dezenas de embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para desacreditar o sistema eletrônico de votação e criticar os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O gesto foi criticado por entidades da sociedade civil, lideranças políticas, instituições públicas, juristas e magistrados. O encontro foi transmitido ao vivo no canal do chefe do Executivo no YouTube.

No mesmo dia, a plataforma removeu um vídeo de 2021 em que o presidente fazia ataques contra as urnas e dizia, sem apresentar provas, haver “indícios” de fraude nas eleições de 2018, das quais ele diz ter saído vitorioso já no primeiro turno. As regras da empresa determinam que conteúdos que contestem o resultado do pleito daquele ano sejam excluídos. Como mostrou o Estadão Verifica, as dúvidas lançadas por Bolsonaro sobre a segurança das urnas já foram esclarecidas pela Justiça Eleitoral ou têm como base informações inconsistentes.

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